Coluna da Seliane Ventura – Amor ou sentimento de posse?

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Nós amamos. Amamos de várias formas. Mas será que, realmente, sabemos amar? Aquele amor… Aquele sabe? Aquele amor genuíno? Amamos ou achamos que possuímos?

O amor sabe respeitar os limites, individualidade, escolhas, sabe respeitar o espaço que é do outro dentro da conjugalidade, dentro da amizade, dentro da família.

O amor é compreensivo, prestativo e sabe fazer concessões. Aceita o outro com suas imperfeições. Mesmo aquelas que mais te irritam, você aprende a conviver.

O amor passa por brigas, turbulências, diferenças, mas supera junto ao outro. Amar é estar com o outro sem deixar de existir. É ser livre, mesmo estando junto.

Se, de repente, começaram as cobranças, controle, monitoramento, ciúmes desmedidos, insegurança. Pode parar para se perguntar se isso não está virando sentimento de posse. Porque se esta for a resposta, acredite: o leve passa a ser pesado, o simples a ser complicado, o doce passa a ser amargo. Aí, meu caro(a). O caminho é o fim. E se perdurar, pode ser à duras penas.

Temos a terrível mania de achar que o outro é nosso. Não. O outro é dele mesmo. O que acontece em uma relação são duas pessoas escolherem estarem juntas, não por pertencimento, mas por escolha, por desejo de ali estar, não por objetivação.

Pessoas possessivas, normalmente são inseguras, podem ter sentimento de abandono, baixa autoestima, e precisam o tempo todo de uma autoafirmação. Precisam ouvir que são amadas, queridas, desejadas. Precisam se sentir no controle, mas são os senhores das dúvidas e desconfianças. Qualquer olhada diferente pode render uma briga sem fim.

Como diz Carpinejar: “a possessividade é o ápice do machismo, escraviza e anula personalidades”. Mas aqui, não vamos tomar ao pé da letra a palavra ‘machismo’, porque também me refiro a possessividade feminina. Já que isso é uma via de mão dupla.

Aprenda que o amor sabe doar, confiar, esperar e acima de tudo, o “amor sabe amar”, desculpem o trocadilho.

Se, de repente, você começar a transformar o outro em tudo aquilo que você deseja, você não quer o outro, você quer você mesmo. Baita projeção, né.

Uma relação é feita de duas pessoas (bom, pelo menos na nossa cultura), e se uma dessas pessoas parar de existir, não há mais relação.

Então, hora de refletirmos nossos comportamentos frente a quem dizemos amar.

Estamos vivendo mais momentos bons ou ruins? Estamos deixando o outro respirar? Estamos deixando o outro viver sua individualidade dentro da relação? Estamos deixando o outro ser quem realmente é?

Muitas perguntas, sei. Mas responde-las e fazer os movimentos necessários pode salvar sua relação.

Amem, não como propriedade, mas como companheiro. Porque propriedade (objeto) se perde se uma negociação for melhor, companheiro (Sujeito – aquele do amor genuíno), esse não se perde não.

Pensem bem!

Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora

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