Coluna da Seliane Ventura – Cleptomania ou roubo patológico

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Não é falta de dinheiro, em vários casos a pessoa tem condições financeiras satisfatórias, mas a cleptomania ou roubo patológico é um impulso compulsivo de furtar objetos diversos que, em sua maioria, não é de necessidade de uso pessoal ou de valor monetário.

Segundo o DSM-IV, a característica principal do transtorno é o “fracasso recorrente em resistir ao impulso de furtar objetos”. Envolve uma série de emoções. Anterior ao furto, a pessoa passa por grande momento de tensão, e posteriormente, grande sensação de prazer, alívio e satisfação, seguido ou não de culpa, remorso ou depressão.

Ir ao ato de furtar não é planejado e também não precisam de outras pessoas para ajudar. Apesar dos cleptomaníacos evitarem essas ações quando percebem que pode haver uma detenção eminente, nem sempre eles têm consciência disso, nem sempre eles têm consciência de que podem ser presos, mesmo que já tenham sido detidos em alguma outra situação, porém possuem consciência de que é errado e sem sentido, mas não controlam o impulso.

Temos que deixar claro, que nem todas as pessoas que são presas cometendo roubos sofrem do transtorno. Segundo o DSM-IV, menos de 05% das pessoas detidas furtando em estabelecimentos são cleptomaníacos. Esse transtorno é estimado em cerca de apenas 0,6% da população, sendo que a proporção é de um homem para cada três mulheres.

A cleptomania também se insere nas compulsões, sendo assim, apresenta muitas semelhanças com outros transtornos como, bulimia nervosa e o TOC, já falados aqui em minha coluna, bem como transtorno do humor, de ansiedade e de personalidade.

O transtorno pode ter início na infância e adolescência, mas não significa que irá se estender pela vida adulta. A incidência maior é por volta dos 50 anos em homens e 35 anos em mulheres. A diferença entre o gênero feminino e masculino, é que as mulheres, com mais frequência, procuram tratamento médico/psiquiátrico e/ou psicológico, dessa forma os homens estão mais suscetíveis a serem presos. Alguns autores alegam estar associado a fatores diversos como fatores genéticos, biológicos ou psicossociais.

O diagnóstico nem sempre é fácil, o primeiro passo é verificar as características do furto, pois este deve ser seguido de um impulso incontrolável, deve ser solitário, e os artigos não devem ter uma utilidade imediata e real, muito menos um grande valor monetário, segundo alguns autores.

Os tratamentos devem ser orientados de acordo com cada caso, sendo que em muitos deles é necessário o uso de medicamento. Dentre as terapias, a literatura diz que a Terapia comportamental é a que obtêm melhores resultados, mas a psicanálise também apresenta algum sucesso.

O importante é lembrar que é um adoecimento, trás sofrimento em muitos casos, além de vergonha e arrependimento. Muitos até devolvem posteriormente, em segredo, os objetos. Precisam de acompanhamento médico/psicológico para que as consequências não sejam extremas como uma prisão, por exemplo.

Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora

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