Defesa Social inaugura anexo com 180 vagas em penitenciária de Juiz de Fora

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Graças a uma parceria entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e o Poder Judiciário, o sistema prisional de Juiz de Fora ganhou 180 novas vagas com a inauguração nesta quarta-feira (13) de um anexo da Penitenciária José Edson Cavalieri (Pjec). A edificação, que foi batizada com o nome da ex-diretora da Pjec, Eliane Betti, falecida em 2014, foi construída com a mão de obra de 20 presos da penitenciária, que atuaram como pedreiros, serralheiros, pintores, eletricistas e serventes, em troca de remição de pena.

O investimento foi de R$ 643.738,27, provenientes da conta de penas de prestação pecuniária aplicadas pela Vara de Execuções Penais da Comarca de Juiz de Fora. O Conselho da Comunidade foi responsável pelo projeto e execução da obra.

Este conselho é composto por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), assistentes sociais, professores, comerciários, parentes de acautelados e outros representantes da comunidade.

Para o secretário de Estado de Defesa Social, Antônio Armando dos Anjos, a construção do anexo é uma demonstração de que os poderes unidos podem contribuir para “a melhoria do sistema prisional”.

“Queremos levar este exemplo para outras comarcas de Minas Gerais. Só temos a agradecer o esforço e a dedicação dos juízes da Vara de Execução Penal de Juiz de Fora”, disse, durante a cerimônia de inauguração, referindo-se aos magistrados Evaldo Elias Penna Gavazza (titular) e Daniel Reché da Motta (substituto).

O desembargador e coordenador-executivo do Programa Novos Rumos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), José Antônio Braga, esteve presente na cerimônia e também reforçou a importância da parceria entre Judiciário e Defesa Social para a melhoria do sistema prisional no Estado.

O juiz Evaldo Gavazza observou a importância de se ter um espaço separado e com características distintas do restante do ambiente carcerário destinado a sentenciados do regime semiaberto com autorização para trabalho externo.

“Esses detentos estão próximos da liberdade e o local ajuda na adaptação da vida em liberdade, pois deixam de ter contato com o restante do ambiente carcerário” destaca o juiz.

O anexo é constituído de quatro celas coletivas equipadas com treliches de metal, banheiro segregado com água quente nos chuveiros e mesa para refeições.

Benefícios

Das 180 vagas, cerca de 160 serão ocupadas por presos que atualmente trabalham para o Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Juiz de Fora (Demlurb). As restantes serão destinadas a presos que desenvolvem atividades na capina, horta, faxina, manutenção e criação de tilápias com outros parceiros.

Haverá impacto direto no sistema prisional de Juiz Fora, com movimentação de presos da Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires e do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), graças ao aumento da capacidade da Pjec.

Mão de obra

O nome do detento Samuel Bracelotti Matheus, de 26 anos de idade, foi inscrito na placa de inauguração, como representante dos trabalhadores da obra. Ele trabalhou desde as fundações até o acabamento. “Isto significa um reconhecimento do meu trabalho e de todos que suaram a camisa nesta obra. Estou orgulhoso e feliz em ter sido escolhido e ver meu nome completo na placa.”

Samuel deve receber nos próximos dias o alvará de soltura, após ter cumprido quase dois anos de pena. Talvez nem chegue a dormir no alojamento, mas diz ter valido a pena o esforço na hora de “virar massa, bater laje, tijolar, amarrar vigas e pintar”. “Espero que este lugar seja muito bem cuidado e represente uma esperança, uma vida nova para todos os homens que passarem por aqui”, conclui.

Nas celas coletivas, a qualidade das triliches construídas em perfis de aço chama a atenção. O artífice é o preso Degmar de Brito Araújo. Além das camas, ele fez as soldas, a montagem e os cortes das peças de ferro e alumínio das mesas, grades, portas e outros.

“É muito bom poder mostrar meus conhecimentos e capacidade profissional e ainda contribuir para o melhor cumprimento da pena”, reflete Degmar.

Fonte: Seds-MG

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