Prefeitura de Viçosa fala sobre interdição de via após queda de encosta

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A Prefeitura de Viçosa organizou nesta segunda-feira (13) uma coletiva de imprensa para transmitir aos cidadãos viçosenses as informações corretas e atualizadas que envolvem as ações da Prefeitura no que diz respeito ao deslizamento de terra de um talude à margem direita da Avenida Marechal Castelo Branco, no sentido Bairro-Centro, em um trecho compreendido entre a Via Alternativa da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e o terminal rodoviário.

O prefeito Ângelo Chequer; o superintendente de Gestão Pública e Governança, Luciano Piovesan Leme; o secretário de Obras, Luiz Vinicius de Castro Rangel; o secretário de Agropecuária, Marcos Roberto Fialho; o diretor do Instituto de Planejamento e Meio Ambiente (IPLAM), Romeu da Paixão; e o chefe do departamento de Defesa Civil, Rodrigo Cardoso responderam perguntas dos jornalistas e apresentaram as possíveis causas do problema, as consequências, as medidas que estão sendo tomadas, assim como um resumo cronológico dos fatos e os prazos das próximas ações.

Problema

O primeiro problema foi identificado no dia 11 de outubro último, quando ocorreu um pequeno deslizamento de terra no trecho. Uma semana depois ocorreu um segundo deslizamento, desta vez maior, sendo necessária uma nova limpeza da via. Desde a primeira ocorrência a Defesa Civil do município intensificou o monitoramento da área e, após visitas no topo do talude, constatou a existências de trincas formadas por movimentação de massa. O órgão então acionou o Plano de Contingência e inseriu outros atores, como a secretaria de Obras e o IPLAM, que realizaram por um período de 30 dias vários levantamentos topográficos e visitas no local, para mensurar a dimensão e a evolução das rachaduras. Nesse período constatou-se um afastamento das extremidades das rachaduras, evidenciando a constante movimentação de massa que poderia provocar novos deslizamentos, o que norteou a administração na decisão por uma intervenção imediata.

Ação rápida

Em reunião realizada no último sábado (11 de novembro), um mês após as primeiras ocorrências, os órgãos que compõem o Plano de Contingência, sob coordenação do prefeito, avaliaram os dados geotécnicos do período e decidiram iniciar imediatamente as obras de retaludamento da encosta. O trabalho começou nesta segunda-feira (13) com auxílio de uma máquina retroescavadeira. Os taludes serão feitos de cima para baixo, formando degraus, e, à medida em que a terra descer e acumular na pista, caminhões levarão o volume para um bota-fora licenciado. Estima-se a retirada de 30 a 36 mil m³ de terra, o que significa mais de 3 mil viagens de caminhão. Após a reconstrução dos taludes, a prefeitura providenciará a construção de novo um sistema de captação e escoamento de águas pluviais, assim como a recomposição da vegetação.

Trânsito

A etapa de retirada da terra deve durar 3 (três) semanas. Durante esse período, o trânsito ficará impedido nos dois sentidos da via, no trecho compreendido entre a Via Alternativa da UFV e o terminal rodoviário da cidade, exceto para os ônibus coletivos e interurbanos, que poderão transitar normalmente na via nos dois sentidos. Neste trecho não há residências e a passagem de pedestres e ciclistas também ficará liberada. Para os veículos pesados o trânsito está sendo desviado para a avenida Joaquim Lopes de Faria, na altura do bairro Santo Antônio. Já para os veículos leves existem três rotas alternativas. A primeira delas é sair da Castelo Branco ainda na altura do bairro Santo Antônio, acessando a avenida Joaquim Lopes de Faria, depois, rua dos Passos, até o centro. A segunda rota, também indicada para acessar o centro, é subir a rua Paulo Mário Del Giúdice, no bairro Belvedere, seguindo pela avenida Brasil, depois rua Geninho Lentini até a rua Dr. Milton Bandeira. A terceira rota, indicada preferencialmente para quem deseja seguir para o campus da UFV, é a Via Alternativa, cuja entrada ficará aberta 24 horas durante o período de interdições. Os estacionamentos nas ruas Geninho Lentini, Passos e José Antônio Rodrigues (saída da Vila Gianetti) estão proibidos nos dois lados da via durante o período.

Agravantes

Na coletiva de imprensa o secretário de Obras, engenheiro civil Luiz Vinicius de Castro Rangel, citou fatores que podem ter agravado o problema. Um deles é a própria característica do solo, revelada ainda no ano 2000 na apresentação de uma tese de mestrado, que classificou o solo como predominantemente arenoso e com baixo atrito e coesão, que são parâmetros usados para identificar a resistência do solo. Outro agravante é a chuva. Segundo o secretário, há relatos de um deslizamento no mesmo local em 1987, provavelmente causado por um longo período de chuva, que causa uma “queda muito brusca” na resistência do solo. O secretário explicou que “a coesão entre as partículas do solo fica muito comprometida na presença de água” e que na época de seca o solo tem sua estabilidade natural, suficiente para não causar deslizamentos. Um terceiro agravante foi identificado durante as visitas, quando foram encontradas duas canaletas antigas que, com o movimento das massas de terra, se romperam, projetando a água da chuva, antes escoada, para dentro da região instável, agravando a baixa resistência do solo.

Mitos

Rangel demostrou por meio de imagens capturadas por drone que, ao contrário do que algumas pessoas defendem, as casas no bairro Belvedere não estão sob risco, pois ficam longe da área do deslizamento. Na rua acima da região instável não há construções. O secretário também desmentiu a fala de que “a prefeitura já sabia do problema mas demorou tomar providência”. Segundo ele, as pessoas estão confundindo o caso com um problema semelhante que ocorreu em outro trecho da mesma avenida na gestão do então prefeito Fernando Santana.

Integração

Já Luciano Piovesan destacou a rápida resposta da prefeitura, que em menos de 30 dias identificou, monitorou, colheu dados, estudou o problema, elaborou os projetos de intervenção, organizou o trânsito, contratou os serviços, licenciou os procedimentos e preparou a área para o início das obras. “Mais uma vez a prefeitura demostra que é capaz de apresentar rápida resposta em situações excepcionais. Isso demostra como os órgãos que compõem o Plano de Contingência estão bem integrados, cada qual ciente de suas responsabilidades no processo”, comentou.

Legalidade

Piovesan pontuou ainda que, apesar da emergência, a prefeitura não abre mão de cumprir todos os dispositivos legais que uma intervenção do tipo demanda. “Por se tratar de uma área de proteção permanente (APP) e diante da necessidade de remover parte da vegetação durante o retaludamento, tivemos a preocupação de buscar junto ao órgão competente o devido licenciamento ambiental, mesma exigência observada no bota-fora que receberá a terra retirada do local”, esclareceu Luciano, que citou ainda a responsabilidade técnica da obra, que está sendo acompanhada por engenheiros especialistas em geotecnia e contenção de encostas.

Generosidade

O prefeito ressaltou a generosidade das prefeituras da região, que emprestaram caminhões para a execução dos serviços, uma vez que a prefeitura de Viçosa não possui caminhões suficientes, nem prestadora de serviço contratada para esse fim. “Agradeço imensamente aos prefeitos e prefeitas das nove cidades que atenderam minha ligação numa noite de sábado e se mostraram muito solícitos em nos ajudar”, declarou Ângelo.

Fonte: PMV

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