Nós, adultos, quanto temos um conflito, quando nos sentimos tristes, sofrendo, sabemos expressar através da fala, as crianças nem sempre saberão se expor dessa forma. Não é tão simples, tão claro e elas se expressam através de mudanças no comportamento.
Podem se tornar introspectivas, arredias, agressivas, apresentarem dificuldade para dormir, comer, problemas escolares, entre outros e nem sempre os pais e/ou responsáveis conseguem compreender ou identificar a causa das mudanças, pois é difícil a fala.
Um facilitador para descobrir o problema é observar as crianças no seu brincar. As brincadeiras revelam muito sobre o sentir dos pequeninos. Eles reproduzem seu ambiente, encenam o que vivem e sentem através dos jogos.
Brincar de casinha, de escolinha, jogos de adivinhação, desenhos, são grandes aliados para a comunicação com as crianças. Por isso, é importante que os responsáveis não só observem, mas que brinquem com elas. É a possibilidade de interação, de criar vínculo, confiança, proximidade para que os pequenos consigam elaborar seus conflitos, e isso acontece com mais naturalidade quando se sentem seguros.
O brincar é essencial no desenvolvimento das crianças, seja físico, cognitivo e psicológico. E esse, tem se perdido no meio da correria atual, mas deve ser readquirido, pois jogos eletrônicos e TVs não substituem o contato que as brincadeiras podem proporcionar.
Substituam a frase “perda de tempo” por “ganho de tempo” brincando com suas crianças, todos têm a ganhar. O tempo passa, eles crescem e a possibilidade desses momentos não se repetirá, serão novos e novos, acompanhando o seu desenvolvimento.
Aproveitem cada fase da melhor forma possível. Lembrando que a qualidade é maior que a quantidade. Quando estiverem com seus filhos, estejam por inteiro.
Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora