A liberação temporária da venda do álcool 70% ocorreu durante a pandemia de Covid-19, como uma medida para reforçar a higienização e prevenção contra o vírus. No entanto, o prazo para a comercialização expirou em dezembro do ano passado. Os estabelecimentos que ainda possuem estoque do produto terão até o dia 30 de abril para esgotá-lo, antes que a proibição entre em vigor.
A medida visa reduzir os riscos associados ao uso do álcool 70% líquido, especialmente em ambientes domésticos onde crianças estão presentes. De acordo com o médico Álvaro Pulchinelli, diretor técnico em toxicologia forense, a alta inflamabilidade do produto representa um perigo potencial, como demonstrado recentemente no trágico caso de uma criança de dois anos que teve 90% do corpo queimado após seu irmão mais velho confundir o álcool com água e jogá-lo em uma churrasqueira.
“A concentração mais alta de álcool está mais associada a acidentes graves, especialmente em situações que envolvem fogo”, explica Pulchinelli.
Apesar da eficácia do álcool 70% na eliminação de microrganismos, como vírus e bactérias, Edson Abdala, coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Nove de Julho, ressalta que o álcool gel 70% é igualmente eficaz para a higienização das mãos, enquanto concentrações menores não garantem o mesmo nível de desinfecção.
No entanto, é importante destacar que o álcool não é um substituto completo para a limpeza física com água e sabão. É necessário combinar o uso de desinfetantes com práticas de higiene adequadas. Para aqueles que buscam alternativas, Ubiracir Lima, do Conselho Federal de Química, sugere o uso de outros produtos aprovados pela Anvisa para a limpeza doméstica.
Com a proibição iminente do álcool 70% líquido, é fundamental que os consumidores estejam cientes das mudanças e busquem alternativas seguras para garantir a higienização adequada de ambientes e superfícies, especialmente em meio à pandemia em curso.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Globo
