A proposta, segundo ele, era de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca, em troca da assinatura de um contrato de venda de de 400 milhões de doses do imunizante, que geraria um montante ilícito de R$ 2 bilhões.
Ferreira Dias foi exonerado no dia seguinte à publicação da reportagem, ensta quarta-feira (30) e Dominguetti está depondo na CPI da Covid nesta quinta-feira (1º).
Luiz Paulo Dominguetti Pereira é um cabo da Polícia Militar de Minas Gerais.
Ele já trabalhou no gabinete militar do governador Romeu Zema (Novo), mas ficou na função apenas 15 meses, entre 7 de agosto de 2019 e 5 de novembro de 2020.
De acordo com informações passadas pelo governo Zema à reportagem da Folha, a função de Dominguetti era cuidar da segurança das instalações prediais, ou seja, cuidava de guarita. O cabo foi exonerado do cargo, segundo a atual chefia do gabinete militar, por “não corresponder ao perfil necessário de atuação no setor”.
Depois da exoneração, o PM foi transferido para o 64º Batalhão da Polícia Militar, em Alfenas, no sul de Minas Gerais.
Depois que a denúncia de cobrança de propina foi divulgada, a PM de Minas instaurou relatório de investigação preliminar para apurar se a conduta dele fere o código de ética e disciplina da instituição.
Já a Davati Medical Supply informou que Dominguetti é um “vendedor autônomo”, sem vínculo empregatício com a empresa, e negou ter convênio para venda da AstraZeneca.
“Nesse caso, ele apenas intermediou a negociação da empresa com o governo, apresentando o senhor Roberto Dias”, diz a empresa, em comunicado enviado à imprensa.
Também por meio de nota, a AstraZeneca afirmou que não tem um intermediário no Brasil.
O cabo disse à Folha que a empresa só não fechou negócio porque não concordou em pagar propina.
O G1 diz que o cabo tem 37 processos na Justiça. Segundo o portal, Luiz Paulo Dominguetti Pereira morou em Belo Horizonte até o fim do ano passado. Segundo os moradores, a família era reservada e praticamente não tinha contato com a vizinhança.
O dono do apartamento em que ele morava disse ao G1 que Dominguetti saiu devendo quatro meses de aluguel e ainda responde, na Justiça, a um processo de cobrança desta dívida.
Em outro processo, o PM é acusado por uma mulher de ter comprado um carro financiado em nome dela, ainda segundo o G1. Além de não pagar as parcelas, levou multas que estão em nome da proprietária e sumiu com o veículo, que até hoje não foi localizado.
Fonte: CUT