Crossdresser assumido gera polêmica em Muriaé

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No dia 22 de janeiro, o muriaeense Michel Alvim, de 36 anos, resolveu se assumir como crossdresser – pessoa que se veste com acessórios do sexo oposto. A revelação aconteceu nas redes sociais e ganhou apoio de muitos amigos, mas também gerou críticas e preconceito por outros. Em entrevista ao Guia Muriaé, ele falou um pouco sobre o assunto.


Michel é Técnico Ambiental e é funcionário público. Diferentemente do que possa parecer, ser crossdresser não significa ser homossexual. “Minha orientação sexual é ‘não-binário’, não me encaixo como homosexual, hetero ou bi, estou mais pra transgênero crossdresser não binário, termo que define quem não se rotula e que vive de acordo como sente vontade. A grande maioria dos crossdresser são heterosexuais, sendo que uma pequena parte é bissexual ou homosexual”, afirmou. O tema inclusive está sendo abordado em uma novela da Rede Globo na qual o personagem do ator Otávio Müller passa a ser crossdresser

Ele conta que a curiosidade pelo assunto começou aos 18 anos. “A partir daí foi ficando mais intenso e aumentando quando comecei a ler sobre crossdresser e trans”, diz. “Sempre admirei personagens femininos de jogos eletrônicos e animes japoneses. Quando me visto, me inspiro na Hatsune Miku (personagem de um jogo eletrônico). Quando estou vestido de mulher, me transformo na ‘Mikaela Hatsune’ e me sinto poderosa e sexy, como a mulher dentro de mim ganhasse vida e Michel não existisse”, contou.

Ao se revelar como crossdresser, Michel recebeu elogios pela sua coragem, mas também várias críticas. “Alguns amigos e colegas de trabalho me apoiaram, mas também recebi muitas criticas. Minha família me deu apoio, mas acharam esquisito no inicio. Tive admiração por parte dos crossdresser’s e travestis, já parte dos homosexuais não gostaram. Mas gosto é gosto, né?”, disse.

Questionado se seria feliz caso não tivesse se assumido como crossdresser, Michel é enfático. “Não seria totalmente feliz eu sendo crossdresser e não me assumindo. Terminei meu casamento porque minha ex não aceitava. Estou sozinho, mas estou feliz e me descobrindo”, afirmou.

Para aqueles que tem medo/vergonha de se assumir, seja como crossdresser ou homosexual, Michel dá um conselho. “Caso queira se assumir, não tenha medo, pois o pior medo é ficar reprimido e infeliz pra fazer os outros felizes”.

Maioria se esconde e se contenta em usar apenas roupas íntimas

A antropóloga Anna Paula Vencato, que fez uma tese de doutorado sobre crossdresser, se dedicou a estudar como os adeptos dessa prática se relacionam em sociedade e acabou descobrindo que há mais crossdressers invisíveis do que visíveis. “Existem aqueles que têm muito a perder, como emprego e família, caso assumam. Por isso, muitos se contentam em usar apenas sutiã e calcinha por baixo da roupa”, disse em entrevista ao jornal O Tempo.

É grande também, segundo ela, o número de crossdressers casados. “A maior parte deles prefere ter uma distinção clara entre as duas vidas, a masculina e a feminina. Quando se montam, eles circulam em lugares relativamente protegidos. Não vão a jogos de futebol, mas a restaurantes e shoppings, que são ambientes mais tolerantes”, afirma.

Fonte: Guia Muriaé

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6 Comentários

  1. Amei, mas eu creio que nunca me assumirei porque tenho medo e porque escondido é melhor, se tivesse mais liberdade não seria tão bom, mas hoje em dia tá melhor. Há três anos eu ainda não sabia do termo crossdresser, pensava que eu era a única “mocinha” assim, era pior.

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