Prefeito de Muriaé tem o maior salário entre todos os prefeitos do Estado

Salários dos prefeitos de Minas Gerais

Levantamento realizado pela Tribuna de Minas mostrou os prefeitos de Minas Gerais que ganham os maiores salários. O prefeito de Muriaé, Aloysio Aquino (PSDB), lidera o ranking recebendo R$ 25.744,56, seguido pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que têm um salário de R$ 23.430,24 e Carlin Moura, prefeito de Contagem, que recebe R$ 22.000,00.

A pesquisa compara o salário do prefeito de Muriaé com o da presidente Dilma Rousseff, que ganha R$ 26.723,13 para comandar o país inteiro. Uma diferença de apenas R$ 978. Se comparado ao prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda (PSB), o gestor de Muriaé ganha R$ 2.314 a mais. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, recebe um salário de R$ 10.500,00.

O levantamento compara além dos salários o Produto Interno Bruto (PIB) e a população de cada município. Muriaé, com 100 mil habitantes, tem um PIB de cerca de R$ 1 bilhão. O valor pago a Aloysio foi reajustado no ano passado, quando ele então ocupava o cargo de vice-prefeito. O reajuste de 20,3% foi proposto e aprovado pela Câmara através de projeto de lei, que também estabeleceu o aumento de 38% para os vereadores. Os percentuais passaram a valer a partir de 2013.

Na Zona da Mata mineira, o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB), recebe R$ 20.042,35, o de Cataguases, José Carlos Samor (Cesinha, do PCdoB), recebe R$ 18.000,00, o de Barbacena, Toninho Andrada (PSDB), recebe R$ 17.305,22, e o de Leopoldina, Zé Roberto (PSC), recebe R$ 15.000,00.

Para o fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, esse tipo de discrepância, apesar de legal, traz à tona uma série de atitudes imorais. “Não há qualquer sentido em um prefeito de cidade pequena, com riqueza e população menores, ganhar melhor do que aquele que governa metrópoles. Este tipo de situação acaba se tornando um ônus pesado para a economia da cidade.”

Cláudio Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil, entende ser legítimo o fato de os gestores receberem salários diferentes, portanto, acredita que tornaria-se inviável uma regulamentação. “Quanto maior a cidade, maior tendem a ser os problemas sociais e econômicos, diante de uma estrutura administrativa complexa. Por isso, municípios com desenvolvimentos econômicos diferentes devem pagar salários proporcionais aos prefeitos, até mesmo pela geração de riqueza que elas fornecem. O problema é que estamos diante de situações contrárias”, afirma.

Dentro da lei

Os salários dos prefeitos ainda esta de acordo com a lei, que determina que os salários de ocupantes de cargos públicos da União, estados, municípios e detentores de mandato eletivo devem apenas respeitar o limite imposto pela Constituição aos servidores públicos, que estabelece o teto de R$ 28.059,29, com base no que é pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Guia Muriaé, com informações do Tribuna de Minas
Arte: Tribuna de Minas