Aos 119 anos, moradora de Itaperuna será estudada por pesquisadores da USP

Dona Deolira chamou a atenção de pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-tronco e pode ir para o Guinness Book por ser uma das mulheres mais velhas do mundo.

Uma moradora de Itaperuna, no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, tem chamado a atenção de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) devido à sua longevidade impressionante. Dona Deolira Glicéria Pedro da Silva, de 119 anos, nascida em 1905 na cidade de Porciúncula, desperta curiosidade sobre os segredos de uma vida tão longa e saudável.

Embora o Guinness Book, livro que registra recordes, tenha registrado como a pessoa mais velha do mundo uma mulher de 117 anos que reside na Catalunha, na Espanha, a família de Deolira acredita que ela seja a recordista mundial de longevidade.

Segundo a neta de Deolira, Doroteia Ferreira da Silva, a rotina ativa e os cuidados com a alimentação podem ser fatores que contribuíram para a longevidade da avó. “É difícil superar minha avó, viu? Ela era muito ativa em casa. Cuidava da casa, quintal, tratava dos porcos e das galinhas. Em relação à alimentação, ela só não come abacaxi porque tem alergia. Ela dá um banho na gente! Acho que a vó chega aos 130 anos e a gente vai embora”, revelou Doroteia.

A família de Deolira é grande, com 20 netos, 40 bisnetos e 37 tataranetos. Segundo o médico geriatra Dr. Juair de Abreu Pereira, que acompanha a idosa há dois anos, sua saúde é surpreendentemente boa para alguém de sua idade avançada. “Dona Deolira está interativa e lúcida. Está muito bem na avaliação geriátrica ampla, porém, por conta da idade avançada, não caminha e apresenta um pouco de perda auditiva”, explicou o médico.

O caso de Deolira despertou o interesse de pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-tronco da USP. O sangue da idosa será analisado em laboratório para entender melhor os segredos por trás de sua longevidade. A pesquisa, coordenada pela doutora Mayana Zatz, visa compreender a contribuição da genética na longevidade e qualidade de vida.

O doutor Mateus Vidigal, pós-doutorando envolvido no estudo, destaca a importância de investigar casos como o de Deolira. “O caso de dona Deolira é uma raridade a ser estudada porque ela passa em, pelo menos, 50 anos da expectativa de vida do brasileiro, que é de cerca de 75 anos. Ela também passou por uma pandemia de Covid-19. Então, temos muito interesse em estudá-la por todas estas razões”, afirmou Vidigal.

A expectativa é que os resultados da pesquisa possam oferecer insights valiosos sobre os fatores que contribuem para a longevidade e a qualidade de vida em idades avançadas.

Fonte: Guia Muriaé, com informações do G1