Homem de 58 anos que vivia no mato é resgatado em Leopoldina

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Após informações encaminhadas ao Jornal O Vigilante Online por uma leitora sobre as precárias condições de vida de um senhor em Leopoldina, nesta quinta-feira (11) a reportagem do jornal procurou e localizou o morador. Ele estava em um terreno de difícil acesso, com mato alto, alguns entulhos e árvores, distante a cerca de 30 metros da via, na Avenida Jehu Faria, perímetro urbano da cidade.

Depois que nos apresentamos e explicamos que nossa intenção era tentar ajudá-lo, o morador aceitou conversar. Isolado, vivendo em condições desumanas, sem móveis, sem parede, sem chão, sem teto, sem água nem energia elétrica e praticamente sem ter mais que as roupas que usava naquele momento, o Sr. João Rodrigues contou que nasceu em Caratinga – MG, no ano de 1963, filho de Antenor Rodrigues dos Santos e Marcelina Pereira da Cruz.

Trabalhava como “chapa” de caminhão, e explicou que quando tinha entre 17 e 18 anos saiu de casa, veio pela Rio-Bahia fazendo biscates nas cidades por onde passava. Vivia em um e outro lugar, como na cidade de Itatiaia, no Rio de Janeiro.

Reclamando de dores pelo corpo e problemas de saúde, João Rodrigues nos mostrou as precárias condições em que vive atualmente. Ali não se pode chamar de casa, mas tem sido sua morada nos últimos tempos, período que, confuso, não sabe definir se são 5 meses ou um ano e meio.

Perguntado como se alimenta e dorme, João revelou que depende de ajuda, de vez em quando vai ao “Alan Kardec” (referindo-se à Sopa dos Pobres do Centro Espírita Amor ao Próximo).

Ao lado de um fogão improvisado com latas sujas e nenhum mantimento, João explica que para se lavar dirige-se até uma água que existe naquele terreno, que fica bem próxima da base da pedreira do Morro do Cruzeiro. Em outro canto, junto a uma árvore, estão algumas caixas e vasilhas. Uma pobreza que impacta qualquer ser humano. João fala com certa dificuldade, e suas condições de vida merecem também uma atenção psicológica.

O morador ainda esclareceu que intercala as noites dormindo nas imediações do Posto da Polícia Rodoviária Federal (provavelmente no abrigo de espera de ônibus no Bairro São Luiz) ou deitado em panos estendidos sobre a vegetação rasteira, mesmo sabendo dos riscos de encontrar animais peçonhentos, comuns naquela região.

A Reportagem apurou também que João Rodrigues possui alguns documentos – Identidade, Carteira do SUS, mas não tem qualquer fonte de renda nem recebe benefício do governo. Durante todos esses anos, desde que deixou Caratinga há 40 anos, também ficaram para traz suas irmãs, que ele não soube definir se são duas ou três.

O Jornal O Vigilante Online imediatamente procurou a Secretaria Municipal de Assistência Social de Leopoldina e apresentou a situação à Secretária, Luíza Helena Morais Barbosa, que prontamente se dispôs a comparecer ao local e fazer o possível para ajudar o morador. No final da tarde, Luíza Helena esteve no terreno, juntamente com a Coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CREAS) – Cyntia Iennaco de Moraes, Anderson Valentim – Técnico de Abordagem Social, Júlia Zanela – Coordenadora da Proteção Social Básica e o motorista Rogério.

Depois de uma demorada conversa da equipe com o Sr. João Rodrigues, que já era conhecido da assistência social da Prefeitura de Leopoldina, a Secretária Municipal Luíza Helena obteve o consentimento do morador para que ele fosse encaminhado até a Casa do Cidadão, na Praça do Rosário.

Cyntia Iennaco esclareceu que o primeiro passo é dar dignidade ao morador, imediatamente, através da higiene, de uma alimentação adequada, roupas, deixar ele dormir, descansar. “Nesta sexta-feira entraremos em contato com o PSF que dá cobertura à Casa do Cidadão para que ele possa ter um atendimento lá mesmo. A equipe de assistentes sociais, psicólogos e o técnico de abordagem do CREAS vão conversar com o Sr. João, com calma, para identificar qual o desejo dele, se é sair da rua, já que ele está nessa vida há vários anos, se é fazer contato com a irmã em Caratinga. Ele será acolhido para que ele possa, junto com a gente, ou construir um novo projeto de vida aqui ou outros objetivos”, informou a Coordenadora do CREAS.

Toda essa situação, que começou com o conhecimento do problema do Sr. João Rodrigues, só veio a público graças a uma leitora do jornal, que preferiu não se identificar. Ela trabalha em uma empresa situada naquela região e entrou em contato com a Redação, informando ter percebido o drama do morador.

Ao apresentar o caso ao público e às autoridades, o Jornal O Vigilante Online reforça seu compromisso com a sociedade e sua missão jornalística de informar. Neste caso, para que providências de amparo a este cidadão brasileiro sejam adotadas, assegurando-lhe direitos fundamentais previstos na Constituição Federal, dentre os quais destacamos a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, a previdência social e a assistência aos desamparados, sem prejuízo dos demais direitos.

A partir da divulgação dessa matéria, João espera conseguir um lugar para ficar, para dormir, para almoçar, e quem sabe, conseguir ser encaminhado para um trabalho de ajudante de pedreiro, por exemplo. “Sei fazer massa, tenho disposição para trabalhar como servente de pedreiro, chapa de caminhão. Qualquer coisa”, comentou.

Fonte: Jornal O Vigilante Online

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