Atualmente a propriedade de Juarez, que fica em Rosário da Limeira, na Zona da Mata, tem 21 tanques escavados para a criação de duas espécies: kinguio e carpa. Os peixes são comercializados para um comprador de Muriaé. O produtor explicou que os preços variam de acordo com o tamanho e cada unidade custa de R$0,80 a R$3,00. Com excelente lucratividade, a atividade tornou-se a principal fonte de renda do produtor rural que foi cafeicultor por décadas.
O produtor diz que ainda não consegue atender a toda a demanda do mercado e está expandindo a área de produção construindo mais 25 tanques com estrutura de alvenaria. E ainda contou que está ganhando reforço. Sua esposa, Sueli Carvalho deixou o trabalho em uma confecção de roupas para se dedicar à piscicultura. “Antes trabalhava sozinho, agora ela está comigo e já tem 10 tanques. Fico até mais empolgado”, disse satisfeito.
Importância do conhecimento
Feliz com os resultados alcançados até agora, ele diz que a meta é chegar a pelo menos 150 mil animais no próximo ciclo. Ele ressalta que, para isso, segue contando com o auxílio do Sindicato dos Produtores de Muriaé e com o instrutor do Sistema Faemg Senar, Guido Salardani.
“Eles são o braço direto da piscicultura na região. Só tenho a agradecer a eles que não medem esforços para nos ajudar. Já fiz dois cursos e recebi muitos alunos para conhecer a propriedade. Eu aprendi muito com o Sistema Faemg Senar e agora estou repassando o conhecimento”, pontuou.
Com os cursos, a atividade está ganhando força na região. O produtor, que foi o primeiro da sua localidade e do entorno a investir na piscicultura ornamental, está animado com o crescimento. Ele acredita que “com mais gente trabalhando, mais compradores vão aparecer na região e isso vai ser bom para todos”.
Ele diz que o principal conselho que dá aos iniciantes é buscar conhecimento. “O primeiro passo é fazer o curso do Sistema Faemg Senar. É gratuito e de muita qualidade. Ali a gente aprende tudo que precisa. Começar sem saber nada é um erro. Você só vai perder dinheiro e tempo”, afirmou.
Incentivo e oportunidade
O instrutor Guido Fernandes lembra que Juarez se interessou pelo curso devido ao volume de água disponível na propriedade. Para ele, o produtor aproveitou os ensinamentos com excelência e rapidez. Durante a formação, o produtor recebeu uma aula prática sobre análise de qualidade da água.
O produtor descobriu que tinha uma água de boa qualidade e ainda ganhou um croqui com a orientação ideal para utilização da área e da água para iniciar a atividade.
“Aquele foi o pontapé para investimento inicial e logo que concluímos o curso ele fez exatamente os tanques escavados nas medidas desenhadas no nosso croquis do curso, comprou as matrizes e começou a prática”.
Guido destacou que o trabalho do produtor é referência na região quanto à viabilidade da atividade e ao potencial transformador do trabalho realizado pelo Sistema Faemg Senar. “É muito gratificante ver que o conhecimento que levamos pode mudar a vida das pessoas. É um orgulho saber que nesse caso partimos do zero, de um treinamento e hoje ele tem a piscicultura ornamental como atividade principal, teve aumento de renda e melhorou a qualidade de vida”.
Dia de Campo
Juarez receberá produtores para um Dia de Campo em sua propriedade no dia 2 de maio. Segundo Guido Salardani, o objetivo é compartilhar a experiência bem-sucedida e incentivar produtores vizinhos como Miraí e São Sebastião da Vargem Alegre, a conhecerem a piscicultura ornamental. “Será a oportunidade de mostrar o nosso trabalho e junto ao produtor, discutir a atividade e ampliar o Polo de Piscicultura”.
“Vai ser uma honra poder mostrar o trabalho para outros produtores. Nesse ramo todos se ajudam e se fortalecem”, comentou Juarez. O Sistema Faemg Senar será parceiro do Dia de Campo que o Sebrae realizará na propr então assim eu fico muito feliz.
Polo de Piscicultura Ornamental
70% da produção de peixes ornamentais do Brasil acontece na região da Zona da Mata de Minas Gerais. São mais de 10 milhões de animais por ano. Segundo a Associação dos Aquicultores e Empresas Especializadas de Minas Gerais, a Peixe- MG, mais de 300 famílias em diversas cidades da região trabalham diretamente na atividade, gerando cerca de R$15 milhões por ano.
O Sistema Faemg Senar colabora para o aumento da qualidade e da quantidade da produção na região por meio de cursos e do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG. Atualmente 90 produtores recebem assistência em diversos municípios por meio da atuação dos Sindicatos dos Produtores Rurais de Muriaé, Miradouro, Patrocínio do Muriaé e Eugenópolis.
Fonte: FAEMG