Programas do Sistema Faemg Senar encorajam produtores da Zona da Mata

Há dois anos, após o falecimento do pai, Aline Senna de Souza assumiu, junto com o marido e o irmão, as atividades do Sítio Vovô Paulo Geraldo, em Teixeiras. Ela contou que o patriarca se dedicava sozinho à pecuária de corte, assim como seu avô, mas a sua geração não foi estimulada a seguir o legado familiar. “Fomos criados para sair da roça. Meu pai sempre teve a visão de que era um trabalho muito árduo e a gente precisava sair e estudar”, contou.

Decidida a não se desfazer da propriedade, mesmo sem ter experiência com a atividade rural, a profissional da saúde conheceu o Sindicato dos Produtores Rurais de Viçosa e mudou sua relação com o sítio depois de participar de programas especiais oferecidos pela entidade em parceria com o Sistema Faemg Senar. Com o Programa Negócio Certo Rural (NCR) ela percebeu que a herança precisava ser tratada como um empreendimento.

“Não sabia por onde começar e o NCR foi muito significativo e transformador. O programa me deu visão de gestora e maturidade para gerir o negócio rural valorizando a terra e a atividade rural”.
Focada no planejamento e na gestão, Aline seguiu buscando conhecimento e iniciou em dezembro de 2022, o Programa Gestão com Qualidade em Campo (GQC). Para ela, o treinamento é um aprofundamento do que já aprendeu com o NCR.

“O Sistema Faemg Senar está sendo fundamental para mim. Os programas chegaram em um momento de luto e me dão perspectivas para continuar o negócio da família. Vejo os frutos na propriedade, e o GQC nos ajuda a pensar no planejamento a longo prazo e na organização”.

Mais confiante e munida de informações, este ano Aline está se dedicando integralmente à atividade rural. Ela contou que já pensa em alternativas para diversificar a produção do sítio investindo também na horticultura. E ensina aos filhos Paulo Emílio, de 10 anos e Rafaela, de 4 anos, uma visão diferente sobre a propriedade. “Fortalecer a atividade rural e que meus filhos valorizem a terra e a vejam não só como local de lazer, mas como espaço de geração de renda”

Aperfeiçoamento

Pecuarista de corte há quatro anos, Antônio Moreira, de Pedra do Anta, disse que o GQC é uma oportunidade de melhorar o próprio negócio, conhecendo e organizando os indicadores econômicos da fazenda. “Na prática, consegui alinhar os custos e melhorar os serviços na propriedade. O programa sabe o que o campo realmente precisa”.

O produtor também atua como consultor em pecuária e contou que o conhecimento adquirido nos treinamentos do Sistema Faemg Senar aperfeiçoa o atendimento aos seus clientes. “Já fiz o NCR e outros cursos do Sistema Faemg Senar e agora faço o GQC. Se tivesse uma nota para eles, seria nota máxima! São experiências excelentes que me ajudam em todas as áreas profissionais”, comentou.

Desenvolvimento

A agente de desenvolvimento rural do Sindicato dos Produtores Rurais de Viçosa, Eliana Barbosa destacou que o grupo foi uma demanda dos próprios produtores. “Sabemos que cuidar da gestão é fundamental e vendo os produtores interessados nesse conhecimento, nos articulamos para levar o programa GQC. Todos estão muito satisfeitos”.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teixeiras foi parceiro na mobilização do grupo e o presidente da entidade, José Roberto Rodrigues, salientou que o acesso ao conhecimento gratuito e de qualidade é vantajoso para os participantes e para o desenvolvimento econômico e social do município.

Ele, que também faz parte da turma, pontuou que muitos produtores locais trabalham na informalidade, sem instrução e sem gestão. “O GQC está nos ensinando muito. Ter os números da propriedade nas mãos ajuda a saber se o negócio é sustentável e como melhorar”.

O instrutor do Sistema Faemg Senar, Claudeci Rigueira de Sousa é quem conduz o programa GQC em Teixeiras. A turma termina o treinamento em abril, e segundo o instrutor, “é nítida a transformação que o programa já fez na gestão das propriedades rurais. É surpreendente ver, a cada novo encontro e a cada nova consultoria, como o conhecimento colocado em prática faz toda diferença”.
Ele destacou ainda que a mudança cultural dos produtores se perceberem como empresários rurais é um dos pontos chaves da capacitação.

Fonte: FIEMG