Retorno do ‘Novo Cangaço’ em Minas deixa interior em alerta e Polícia Federal entra na investigação

Após 6 meses sem o crime, Camanducaia, no Sul de Minas, foi alvo de bando fortemente armado; para especialista, é preciso investir em inteligência policial

A tranquilidade que predominava há seis meses no interior de Minas Gerais foi abalada na madrugada da última segunda-feira (6 de maio) com a ação de um grupo armado que cercou a cidade de Camanducaia, no Sul de Minas, em um episódio que remeteu ao conhecido “Novo Cangaço”. Especialistas alertam para o retorno desse tipo de crime, principalmente em municípios com menor efetivo policial.

O especialista em segurança pública Luiz Flávio Sapori destacou a gravidade do ocorrido, enfatizando o alto impacto social e a violência associada a esse tipo de delito. Embora tenha havido uma queda expressiva nesse tipo de crime em Minas Gerais, conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o episódio recente sinaliza a necessidade de intensificar o trabalho de inteligência policial.

Sapori ressaltou os esforços realizados nos últimos anos para desmantelar quadrilhas envolvidas nesse tipo de crime, mas salientou que é crucial retomar e aprimorar essas ações. Wemerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG), corroborou, criticando a falta de investimento no setor e a precariedade das condições de trabalho dos policiais.

A Polícia Civil já instaurou um inquérito para investigar o ocorrido, porém até o momento nenhum suspeito foi detido, embora os veículos utilizados no crime tenham sido encontrados. Além disso, a Polícia Federal (PF) também está envolvida nas investigações, embora ainda não tenha se pronunciado sobre o caso.

O último registro de “Novo Cangaço” em Minas ocorreu em outubro do ano passado, em Itinga. O recente ataque em Camanducaia contou com cerca de oito suspeitos, que atiraram contra agências bancárias, gerando pânico entre os moradores.

Apesar da queda significativa desse tipo de crime nos últimos anos, a necessidade de investimento em inteligência policial é enfatizada por especialistas, como Ludmila Ribeiro, do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, que destaca a importância da prevenção e do monitoramento para evitar tais incidentes.

O tenente-coronel Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar (PM), mencionou as estratégias adotadas pela corporação para enfrentar esse tipo de crime, enfatizando a importância da inteligência no combate eficaz ao “Novo Cangaço”.

Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo