Trecho da BR-116 na região é considerado o 10º mais mortal do país; foram 29 acidentes com 10 mortes em 1 ano

O décimo trecho mais perigoso em número de mortes do Brasil são os 10 mil metros entre o KM 580 e KM 590 da BR-116, no distrito de São Pedro do Avaí, em Manhuaçu. Foram 29 acidentes e dez mortes em um ano.

Além desse local, em Minas Gerais, integram o ranking: a rodovia BR-381 (Fernão Dias), em Contagem, na Grande BH, e a BR-040 (Nova Lima). As informações são parte dos dados referentes a novembro de 2022 e outubro de 2023 da publicação Viagem Segura – Guia CNT de Segurança nas Rodovias 2024, a segunda edição do trabalho feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), lançado na última quarta-feira (13/12).

Segundo o guia, a BR-101 foi a rodovia nacional que registrou mais acidentes, no período de 12 meses, com 11.337 ocorrências (17,0% do total), enquanto a BR-116 foi a rodovia que registrou mais mortes, com 752 casos no período (13,6% do total).

Pelo trabalho que detalha as condições mais críticas da malha rodoviária em relação à segurança no trânsito, a BR-381 no trecho da Cidade Industrial, em Contagem, na Grande BH, é o sexto com mais acidentes em um segmento de 10 quilômetros. Foram 293 registros que resultaram em nove pessoas mortas entre o KM480 e o KM490. O primeiro da lista é a BR-101, em Santa Catarina, com 529 acidentes e 16 mortes.

Já a BR-040, em Nova Lima, também na Grande BH, é o nono trecho de 10 quilômetros que mais matou, com 40 acidentes produzindo 10 mortes, entre o KM 560 e o KM 570, na altura da Lagoa dos Ingleses.

O décimo mais mortal são os 10 mil metros entre o KM 580 e KM 590 da BR-116, no distrito de São Pedro do Avaí, em Manhuaçu. Foram 29 acidentes e dez óbitos.

Por exemplo, conforme reportagens do Portal Caparaó, em 15 de agosto, quatro pessoas morreram num grave acidente nesta madrugada no km 581. O acidente envolveu uma carreta e um caminhão caçamba. Seis dias depois, em 21/08, mais uma morte. Em maio, três pessoas morreram no km 582,2.

Mais uma vez, a BR-101, em Santa Catarina, lidera o ranqueamento brutal, com 529 acidentes e 16 mortos no trecho mais mortífero do Brasil.

Em Minas Gerais, foram registrados 8.814 acidentes nas rodovias federais, com um total de 712 óbitos – ou seja, 8 mortes a cada 100 acidentes. Ao todo, 11.457 pessoas ficaram feridas (leve ou gravemente) nos acidentes ocorridos.

A BR-101 aparece quatro vezes, com dois trechos nos estados de Santa Catarina e dois em Pernambuco; a BR-116 também é listada quatro vezes, com dois trechos em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Minas Gerais. Além das duas, as outras rodovias que estão no ranking são a BR-381 com um trecho em São Paulo e a BR-040 com trecho em Minas Gerais.

Em Minas Gerais a colisão é o tipo mais recorrente de acidente, com um total de 4.625 (52,5%), ocasionando 435 (61,1%) mortes. Em seguida vêm a saída de pista, com 1.814 (20,6%) ocorrências e 98 vítimas, e os capotamentos ou tombamentos, que juntos somaram 1.253 (14,2%) acidentes e 62 (8,7%) óbitos.

Ausência de reação do condutor é a causa mais recorrente em Minas Gerais, com um total de 1.315 acidentes (14,9% do total). Velocidade Incompatível é a causa de mortes em acidentes mais recorrentes, com um total de 103 ocorrências (14,5% do total).

No estado, 78,7% da extensão das rodovias apresentam algum tipo de problema, sendo 70,6% da extensão no pavimento, 75,3% de sinalização e 80,5% têm deficiência na geometria da via. Ao todo a malha pesquisada soma 403 pontos críticos.

Os piores trechos mineiros são a BR-352, entre Abaeté e Pará de Minas, com 133 km pesquisados e mais de 100 km e até 250 km em estado considerado ruim. Em seguida, a BR-367 (Jacinto a Araçuaí), com 214 km investigados e mais de 100 km e até 250 km sendo ruins. A terceira pior foi a MG-381, de Mantena a Galiléia, que dos 109 km pesquisados, mais de 100 km e até 250 km foram considerados ruins.

Fonte: Carlos Henrique Cruz / Portal Caparaó