Cantor Zé Neto alerta sobre uso de cigarro eletrônico que causou doença no pulmão: ‘Para porque faz mal’

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O cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, publicou nas redes sociais um vídeo no qual afirma que a doença pulmonar que está fazendo tratamento foi causada pelo uso de cigarro eletrônico. Ele alertou sobre como o cigarro pode fazer mal e aliviou os fãs ao esclarecer que está bem.

– Está tudo bem e realmente passei por problema sério no pulmão devido ao cigarro eletrônico. Quem mexe com essa bosta, para com isso porque faz mal. Obrigada por quem rezou por mim, desejaram coisas boas por mim. Está tudo bem. Tem muita gente postando desgraça. Tudo que a gente faz de bom é difícil as pessoas postarem. Mas qualquer notícia ruim todo mundo posta, divulga e viraliza. Mas está tudo certo e estou bem, terminando o tratamento estarei zero. Já estou 99. Obrigado pelo carinho – disse o cantor.

A assessoria de Zé Nato afirmou que ele apresenta foco de vidro do pulmão, o que tem causado um pouco de falta de ar para cantar. Segundo a equipe da dupla, este problema pode ser consequência da Covid-19 ou também do consumo de cigarro eletrônico. Apesar disso, a doença não é grave e nenhum show precisou ser adiado ou cancelado.

– Obrigado do fundo do meu coração. Eu vou falar para você, eu nesse projeto conversei com o Cristiano, a gente postou. Muita gente estava com medo, todo mundo aqui sabe, não é segredo, eu estou com um problema no pulmão. Estou tratando, estou tentando, nem achei que ia conseguir. Mas Deus é tão maravilhoso que mais uma vez eu acho que nós saímos daqui com uma ‘bala’ do projeto. Muito obrigado, de coração – disse o cantor no vídeo.

Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), nome técnico dado aos cigarros eletrônicos, têm a venda proibida no Brasil desde 2009. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) afirma que até o momento ainda restam incertezas e controversas relativas ao uso e aos riscos atribuídos a esses dispositivos.

Médica alerta sobre cigarro eletrônico

Vaporizador, vapor, vape, e-cigarettes, pods… São alguns dos muitos apelidos para cigarro eletrônico, a recente modinha entre os jovens.

Disfarçados por uma infinidade de sabores e aromas, os cigarros eletrônicos dão, à primeira vista, a sensação de serem inofensivos à saúde e uma boa alternativa ao cigarro comum. E assim vão ganhando rapidamente espaço, principalmente entre os mais jovens.⁣

A pegada tecnológica, a ideia de praticidade e de não causar aquele incômodo do cigarro tradicional, sobretudo pelo cheiro, esses dispositivos passaram a ser socialmente aceitáveis em diversos ambientes, principalmente em festas e eventos. ⁣

Sabe aquele sentimento de liberdade, status e pertencimento a uma tribo que as propagandas antigas de cigarro tentavam transmitir? Esse é o mesmo espírito da ‘publicidade’ atual, somado à ideia de alternativa saudável. Só que agora usando o potencial das redes sociais.⁣

Resultado, a moda pegou: a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que o número de usuários desses aparelhos saltou de 7 milhões em 2011 para 41 milhões neste ano, um crescimento de 485%.⁣

E é aqui que a médica Roberta Couto Olímpio de Carvalho, especialista em pneumologia (especialidade médica a qual é responsável pelo tratamento das patologias das vias aéreas inferiores), deixa um alerta.

– Segundo o INCA, a maioria deles possui nicotina, sim, o que leva à dependência. Inclusive, por conta disso, o cigarro eletrônico pode se tornar uma porta de entrada para o tabagismo convencional. Os dispositivos eletrônicos para fumar contêm substâncias tóxicas que causam câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares. Inclusive, já existe até uma doença causada pelos vapes que provoca lesão pulmonar, chamada EVALI. E não há nenhuma evidência científica de que ele ajude a parar de fumar! Não se deixe levar por modinhas! ⁣- afirma a médica.

Inca: cigarro eletrônico aumenta dependência da nicotina

Estudo feito por pesquisadores da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) aponta para os riscos à saúde pelo uso de cigarros eletrônicos. O artigo foi aceito para publicação na revista Ciência & Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva e divulgado hoje (31), quando se comemora o Dia Mundial sem Tabaco.

Os pesquisadores analisaram 22 estudos de diferentes países sobre o tema, totalizando 97.659 participantes. Sobre o uso do cigarro convencional, nos últimos 30 dias foram analisados nove estudos com 33.741 indivíduos. Todas as pesquisas foram publicadas entre 2016 e 2020, informou o Inca, por meio de sua assessoria de imprensa.

A coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca, médica epidemiologista Liz Almeida, disse à Agência Brasil que em um primeiro momento os cigarros eletrônicos foram criados para ajudar os fumantes a deixar de fumar. “Que eles seriam menos tóxicos que o cigarro comum, teriam menos riscos. Com o tempo, a gente foi vendo que ele não era tão bonzinho assim. Tem riscos porque tem substâncias que também são cancerígenas.”

Liz Almeida ressaltou que os cigarros eletrônicos foram pensados como substitutos dos cigarros comuns para aquelas pessoas que não conseguem parar de fumar de jeito nenhum. Essa foi a ideia inicial.

“Só que com o passar do tempo não foi isso que se viu. A indústria passou a investir de forma muito tensa em fazer novos usuários. A maior adesão que esse produto teve em todo o mundo foram os jovens que nunca tinham fumado. Nos Estados Unidos isso foi uma epidemia”.

Dependência

O problema é que o cigarro eletrônico pode conter nicotina, que é uma substância que desenvolve dependência. “Uma vez que você passa a ficar dependente da nicotina, você pega qualquer produto do tabaco que estiver ao seu alcance”, disse a médica do Inca.

Muitas pessoas que nunca haviam fumado antes começaram a fumar cigarro eletrônico e, de repente, passaram a experimentar e usar o cigarro comum. Segundo Liz, muita gente passou a usar o cigarro eletrônico em ambiente fechado e o cigarro tradicional em ambiente externo. Para a médica, isso ocorreu porque muitos desses aparelhos têm um formato super discreto, como o de um pendrive e outros têm formatos de material escolar, o que não era percebido pelos pais.

A ideia inicial de ajudar fumantes a parar de fumar com o uso de produto que oferecesse menor risco foi ficando para segundo plano. Então, o que ganhou volume foi o cigarro eletrônico, mais consumido na faixa etária menor, de maior poder aquisitivo e do sexo masculino. Depois, as meninas também começaram a utilizar, disse a médica.

A revisão sistemática feita pelo Inca, no final do processo, mostrou que o uso de cigarro eletrônico aumenta em três vezes e meia mais o risco de experimentação de cigarro convencional e mais de quatro vezes o risco de uso do cigarro.

“Nossos resultados mostram que o cigarro eletrônico aumenta a chance de iniciação do uso do cigarro convencional entre aqueles que nunca fumaram, contribuindo para a desaceleração da queda no número de fumantes no Brasil”. Todos os estudos foram unânimes em mostrar essa associação.

Alerta

“Para nós, isso é um tremendo alerta, pois o desastre que aconteceu nos Estados Unidos: um bando de meninos que nunca botaram cigarro na boca começando a usar porque é descolado, carrega com USB, tem sabor, ou seja, tem tudo para fazer o indivíduo passar a ser dependente da nicotina. O Brasil conseguiu um feito fantástico que foi derrubar a incidência de casos de câncer no país, graças ao trabalho hercúleo para diminuir o número de fumantes no país”, afirmou a médica.

Para a médica, tratar uma dependência severa é difícil e o custo disso para o país também é alto.

“O que esse conjunto de estudos revelou foi que os meninos que começaram a usar cigarros eletrônicos tiveram uma maior experimentação do cigarro comum em três vezes e meia e mais de quatro vezes passaram a uso regular. Esse alerta é que o Inca está fazendo, no sentido de não aumentar o número de fumantes no Brasil”, disse a coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca.

Segundo a médica, o tabaco provoca câncer de pulmão de 16 tipos, que estão associados a infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doença coronariana grave. “São muitas doenças para a gente se arriscar. A proposta deles é vender na praça”, afirmou a epidemiologista, referindo-se à indústria do tabaco.

Segundo Liz Almeida, existe uma pressão imensa hoje da indústria do tabaco para liberação da comercialização do cigarro eletrônico, principalmente em ambientes fechados. O estudo do Inca mostra o risco da iniciação do fumo comum a partir do cigarro eletrônico.

Coronavírus

A médica epidemiologista lembrou que, devido à pandemia do novo coronavírus, em função do estresse do isolamento social, as pessoas passaram a fumar mais em casa e a beber mais, a não fazer atividade física, aumentando em muito os fatores de risco para doenças crônicas. Outro alerta do Inca é no sentido de as pessoas fazerem um esforço concentrado para pararem de fumar, porque estão fumando em casa e expondo a família aos riscos da fumaça.

De acordo com ela, existe tratamento na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e muita gente pode deixar de fumar seguindo dicas do Inca. O instituto fez oito mini vídeos baseados na história de pessoas fumantes que estão em tratamento e que podem ser vistos na página do Inca na internet.

Para os não fumantes, o risco também é bem grande. Em criança, há morte súbita. Outra coisa são doenças respiratórias em crianças também, por conta do tabagismo dentro de casa. E, nos adultos, há maior risco dos não fumantes desenvolverem câncer de pulmão, terem acidente vascular cerebral (AVC) e doença coronariana (infarto).
Campanha

Em celebração ao Dia Mundial sem Tabaco, a campanha do Inca tem como tema este ano “Comprometa-se a parar de fumar”.

O câncer de pulmão tem como principais fatores de risco o tabagismo ativo e passivo. No Brasil, estimam-se 17.760 novos casos de câncer pulmonar em homens e 12.440 em mulheres, para este ano. Em comparação aos não fumantes, é estimado um risco 23 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão para homens fumantes e 13 vezes mais em mulheres.

O Dia Mundial sem Tabaco foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com objetivo de abordar as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. No Brasil, o Inca é o Centro Colaborador da OMS para controle do tabaco e o órgão responsável pela divulgação e comemoração da data.

Fonte: Guia Muriaé, com informações do G1

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