Logo tornou-se grande proprietário rural, possuindo fazendas em cinco municípios: Vieiras, Miradouro, Muriaé, Santana de Cataguases e Eugenópolis, onde era dono da famosa Fazenda Fim do Mundo, comprada do Conde de Nova Friburgo. Já em 1928, aparece nos arquivos municipais emprestando 120.000$000 (cento e vinte contos de reis) para a Prefeitura de Muriaé, quantia bastante avultada na epóca.
Pioneiro na indústria de laticínios, possuía o Laticínio 3A, firma que funcionou por muitos anos até ser obrigado a vender por falta de estradas adequadas e caminhões frigoríficos para escoar a produção.
Ajudou na fundação do Sindicato Rural, da Cooperativa dos Produtores de Leite de Muriaé e na realização das primeiras Exposições Agropecuárias.
Foi casado com Dona Alverina Loredo. Ficando viúvo casou-se com Dona Rita de Oliveira. Com suas esposas formou uma numerosa família de 21 filhos, entre eles: Aracy, João Amaro, Moacir, Amélia, Alverina, Wilson, Geny, Francisco, Celso, Maria da Glória, Juca, Amarinho, José Amaro, Cassinha, Maria Amélia, Pacelli, Paulo, Ângela e Maria Amália.
Coronel Amaro era bastante conhecido pelas camadas sociais da época por seus sentimentos puros e filantrópicos. De coração nobre, era sempre solícito, dedicado a todos e muito admirado por sua modéstia, bondade, senso de justiça e patriotismo sem precedente na história. Era exemplar chefe de família. Foi um grande homem e um homem grande pois tinha perto de 2 metros de altura, porte que impunha respeito e admiração.
Amaro Acelino de Andrade foi também vereador à primeira Câmara Municipal de Miradouro onde, no plenário daquele Legislativo, suas resoluções e projetos de Lei, submetidos à consideração da Casa, eram acatados por todos os demais vereadores municipais.
Amaro Acelino de Andrade faleceu em 16 de setembro de 1978 deixando 53 netos, 37 bisnetos e 2 trinetos. Foi sepultado no cemitério de Santo Antonio do Gloria, com cortejo de mais de quinhentos veículos e aproximadamente duas mil pessoas. Na ocasião o Deputado Delfim Ribeiro, com uma voz sufocada assim se pronunciou: “Tombou em nossa região um valor inestimável que refletirá em toda Zona da Mata, em toda Minas Gerais. Amaro em sua fazenda, o tínhamos como amigo em todas as horas. O nosso conselheiro político, o exemplo da tranqüilidade e do equilíbrio.”
Pela lei nº 366 de 1982, uma rua no bairro João XXIII recebeu o nome de Rua Amaro Goulart, nome pelo qual todos chamavam o grande Amaro Acelino de Andrade.
Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal