Aos 15 anos mudou-se para a sede do município de Muriaé, empregando-se no jornal A Renascença, onde aprimorou-se nos segredos do jornalismo com pessoas de renome como o Dr. José Eutrópio, Dr. Waldemar Pequeno, o poeta Otávio Lacerda, Orlando de Lima Faria, Cel. José Pacheco de Medeiros, Adolfina Gusman, Dr. Moretzshon e outros.
De ajudante na redação, aos poucos foi revelando o enorme talento para as letras e poucos anos depois abre a Casa Magalhães, misto de papelaria e gráfica. Em 1918 torna-se editor do jornal O Operário, órgão que combatia a violenta administração municipal. Sabia que punha assim em risco a sua oficina, pois outros jornais já haviam sido “empastelados” por fazerem oposição à política oficial. O “empastelamento” consistia na invasão da oficina durante a noite e a derrubada ao chão de todas as letras de chumbo que se utilizava para compor as palavras do jornal. Com as letras todas misturadas impossibilitava-se a confecção de outro jornal por muitos dias. Mas Itamar não se intimidou. Sempre entusiasta, inteligente e trabalhador, Itamar de vez em quando, com o pseudônimo de Mister Yoso, sacudia a situação com um artigo bem lançado e destemido, analisando a vida política, ou dando um furo sensacional. Aos vinte anos já era um moço cuja coragem, cujo caráter, ação e honestidade serviam de exemplo aos seus pares.
Em sua tipografia imprimiam-se vários jornais da cidade, inclusive “A Brisa” – o menor humorístico da cidade, dirigido pela menina Maria Aparecida Silva Magalhães, sua filhinha. A tipografia depois se instalou na Praça João Pinheiro.
Em 1943 assume a redação do jornal Gazeta de Muriaé, tendo como diretor seu amigo e patrão o prefeito Geraldo Starling. Aí permanece até 1945 quando o jornal interrompe suas atividades. Em 1952 reabre A Gazeta, agora no cargo de diretor, onde permanece até o fim de 1953. A partir daí permanece apenas como colaborador por mais alguns anos. Escrevia a coluna Minha Opinião, onde, com firmeza e elegância, sabia expor as suas idéias, apontando soluções convincentes na defesa dos mais elevados princípios do direito, da razão e dos mais reconhecidos padrões cívicos. Seu artigos, crônicas e editoriais refletiam o melhor do seu caráter, pois se baseavam sempre nos bons ensinamentos e nas boas causas, e revelavam o valor de sua inteligência aliada aos elevados princípios que o nortearam por toda vida.
Em 1928 foi empossado secretário da Câmara Municipal e em 1930 aparece como coletor da prefeitura. Passa depois para o cargo de secretário da prefeitura, cargo este em que permaneceu por muitos anos servindo a vários prefeitos que viam nele um braço direito. Nesta função sua atuação se fez sentir como das mais nobres e eficientes, atendendo a todos com a sua proverbial cordialidade, solucionando casos difíceis, satisfazendo as partes com habilidade e justiça.
Cultuava a boa música sendo exímio flautista e compositor. Era também poeta tendo publicado 2 livros (Samburá I e II), sendo membro da Academia de Letras de Londrina e grande conhecedor da história de Muriaé. Foi um grande incentivador da implantação da Biblioteca Pública Municipal.
Foi provedor do Hospital São Paulo, de 1957 a 1962, cargo ao qual se dedicava com especial interesse, apesar de sacrificá-lo nos seus inúmeros afazeres. Em sua gestão conseguiu erguer o bloco cirúrgico, melhoramento de fundamental importância para a saúde da população.
Em 1965 é empossado como diretor da Companhia Telefônica de Muriaé. Além de todas estas atividades era também proprietário rural possuindo 31 alqueires em Miradouro e Limeira.
Era casado com Leonor Magalhães com quem teve cinco filhos: Aparecida, Mendelson, Mirtô, Terezinha e Marília.
Mudou-se para Londrina no estado do Paraná em 1976 onde veio a falecer, com 92 anos, em 27 de março de 1991.
Pela Lei nº 1.673 de 1992 foi criada a Rua Itamar Magalhães no Bairro Inconfidência II.
Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal