Era filha do Coronel Antônio José Monteiro de Castro, grande homem da lavoura e proprietário de várias fazendas, sendo também homem público, e de Cândida Maria Cerqueira Castro, conhecida como “Sá” Cândida, mãe zelosa, carinhosa e admirável. Era a caçula de onze irmãos: Mário, Domiciano Neto, Francisca Paula, Pedro, Ana Maria, Paulo (falecido quando criança), Antônio José Júnior, Cândido José, Maria do Carmo (de mesmo nome, falecida quando era ainda muito nova) e Maria. Era, então, neta do ilustre Coronel Domiciano Antônio Monteiro de Castro, político dos mais respeitáveis e cidadão dos mais conceituados da agricultura e da sociedade muriaeense.
Durante muitos anos, ainda na juventude, cuidava dos pais doentes e se dedicava à religião. Era católica praticante servindo de exemplo para os sobrinhos, parentes e amigos mais novos.
Sempre preparou crianças para a Primeira Eucaristia, mantinha os altares da Matriz São Paulo sempre bem arrumados, ensaiava as crianças para a coroação a Nossa Senhora e era da “Irmandade das Filhas de Maria”. Além disso, estudou no Colégio Santa Marcelina onde se formou professora.
Em 1948, abriu sua escola: os filhos dos vizinhos, dos amigos e dos parentes foram seus primeiros alunos. A escola recebeu o nome de “Santa Terezinha”, devido a sua devoção a esta santa. Era uma escola muito simples, como tudo em sua vida. Aí, trabalhou com afinco e alegria até seus 80 anos de idade.
Sem interromper nenhum dia de aula em sua escola, começou a trabalhar também como professora pelo estado, começando sua carreira na Escola Estadual Ribeirão Vermelho, no distrito de Vermelho. Depois, foi transferida para a Escola Dom Delfim e, finalmente, para a Escola Estadual Silveira Brum, onde se aposentou no dia 22 de julho de 1993 como vice-diretora.
Por onde passava, era admirada por todos, pelo seu amor ao trabalho, pela fé em Deus e pelo carinho com as crianças.
Não se casou, mas, criou duas crianças – Maria do Carmo e Maria das Graças – sendo esta diretora da Escola Santa Terezinha por vários anos, dando continuidade a uma obra de tão grande valor.
Tia Filhinha faleceu no dia 19 de abril de 1998, aos 86 anos de idade, em Muriaé. Seu corpo foi velado e sepultado no Cemitério Municipal na presença de parentes, familiares e amigos.
Como justa homenagem, temos, em Muriaé, uma escola municipal que leva seu nome no bairro Joanópolis, atendendo da creche à educação infantil.
Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal