Inverno de 2025 será bem mais gelado
Após ano recorde de calor, estação mais fria terá retorno das frentes frias e menor influência de extremos climáticos
Depois de um 2024 marcado como o ano mais quente desde 1961, com média anual de 25,02°C, o inverno de 2025 no Brasil tende a apresentar características climáticas mais próximas da normalidade. A estação começa oficialmente às 23h42 desta sexta-feira (20), com o solstício de inverno no Hemisfério Sul.
Segundo a empresa de consultoria meteorológica Nottus, o país vive um cenário de neutralidade climática, sem a atuação dos fenômenos El Niño ou La Niña, o que favorece o retorno das frentes frias e de um inverno mais típico.
Menos extremos e clima frio mais presente
De acordo com o meteorologista Alexandre Nascimento, sócio-diretor da Nottus, o cenário atual é diferente do ano passado, quando a combinação do El Niño com as mudanças climáticas provocou temperaturas até 5°C acima da média em várias regiões. “Neste ano, as ondas de frio devem ser mais constantes e o comportamento climático será mais alinhado ao esperado para a estação”, afirma.
O mês de julho deve ser mais seco e frio, enquanto agosto trará chuvas e frentes frias no Centro-Sul. Já em setembro, a umidade amazônica deve se espalhar pelo país, sem provocar extremos.
Minas Gerais: geadas, estiagem e baixas temperaturas
Em Minas Gerais, o inverno é tradicionalmente marcado por chuvas escassas, umidade do ar abaixo dos 30%, céu claro e grande amplitude térmica. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), essas características devem permanecer em 2025, com formação de nevoeiros ao amanhecer, especialmente na faixa Leste do estado, e geadas na região serrana do Sul de Minas.
A previsão é de temperaturas acima da média, porém dentro do padrão da estação, o que pode resultar em menos episódios de frio intenso. Em Belo Horizonte, por exemplo, a expectativa é de máximas entre 26ºC e 28ºC, diferente dos 32ºC registrados em 2024.
Risco de incêndios e ações preventivas
Com a estiagem, volta a preocupação com os incêndios florestais, que bateram recorde em Minas em 2024 com mais de 29 mil ocorrências. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado já anunciou a intensificação de ações preventivas, incluindo bases avançadas em Unidades de Conservação e o uso de sistemas de monitoramento em tempo real para otimizar os recursos logísticos e humanos.
Comércio e turismo esperam alta com o frio
O frio já registrado em junho aqueceu o comércio no Dia dos Namorados e deve impulsionar também as vendas no Dia dos Pais, em agosto, segundo a Nottus. Setores de vestuário, gastronomia e turismo devem ser beneficiados, especialmente em cidades como Monte Verde, no Sul de Minas.
“A tendência é de um inverno mais favorável a esses segmentos do que no ano passado, quando as temperaturas frustraram as expectativas”, explica Nascimento.
Ações sociais reforçadas em BH
Na capital mineira, a Defesa Civil registrou, em 13 de junho, a menor temperatura do ano: 8,4°C, com sensação térmica de -13,3°C na estação Cercadinho. Como resposta, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) distribuiu 600 cobertores para pessoas em situação de rua e intensificou as ações de atendimento, totalizando mais de mil cobertores entregues desde maio.
A rede de apoio conta com as secretarias de Assistência Social, Segurança Alimentar, Saúde, Segurança e Prevenção, além da Defesa Civil, que orientam sobre vagas em abrigos e atendimento pelo SUS. Os Restaurantes Populares também passaram a oferecer refeições adequadas ao inverno.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Estado de Minas
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