Fontes ouvidas pelo GUIA MURIAÉ dão conta de que mais trabalhadores devem aderir ao movimento na cidade.
A paralisação também teve adesão em outros municípios da região, entre eles Cataguases, Barbacena, Visconde do Rio Branco, Ubá, Leopoldina, Tiradentes e Santos Dumont.
Os trabalhadores querem reajuste salarial com reposição da inflação do período (3,25%) e não aos cortes de direitos propostos como “medidas estruturantes”.
Os sindicatos de classe afirmam que Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não dá prejuízo e não depende de financiamento público. “Os trabalhadores dos Correios merecem respeito e dignididade”, afirma a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT).
Em nota oficial à imprensa, os Correios informam que “participaram de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o Acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. Mas as federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa”.
– No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população – diz parte da nota.
Os trabalhadores dos Correios também divulgaram uma carta para a população, que pode ser conferia na íntegra a seguir:
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Juiz de Fora e Região (SINTECT/JFA), que abrange mais de 120 cidades de Minas Gerais, vem por meio desta esclarecer e informar a população sobre o que vem realmente acontecendo nos Correios e Telégrafos.Mesmo com todas as dificuldades impostas por gestões anteriores, como seguidos planos de demissões voluntárias que diminuíram 27.000 trabalhadores dos quadros da empresa, nós trabalhadores ecetistas vimos mantendo a qualidade nos serviços oferecidos pelos Correios.Mesmo assim a administração da empresa se nega a negociar com os trabalhadores e além de querer modificar 45 cláusulas no nosso acordo coletivo, para pior, ainda nos ofereceu 0,8% de aumento, o que daria no nosso salário base um aumento de R$ 13,65. Por diversas vezes os trabalhadores tentaram negociar, mas a empresa nos ignorou e ignorou também o TST (Tribunal Superior do Trabalho), que tentou mediar às negociações.Tudo isso é uma estratégia para fazer com que a população se vire contra nós trabalhadores ecetistas, e uma campanha para pedir a privatização dos Correios.O SINTECT/JFA pede a compreensão e o apoio da população para que os Correios voltem a ser um exemplo de empresa pública de qualidade. O que os carteiros e demais trabalhadores dos Correios querem é continuar a prestar um serviço de qualidade para a população e garantir os Correios como empresa pública 100% estatal, ou seja, do povo e para o povo. A estatal de todos os brasileiros não depende do Tesouro Nacional, bem como o Fundo de Pensão e o Plano de Saúde da categoria, que são custeados pelos trabalhadores juntamente com a empresa. Os Correios sempre foi uma corporação sólida, sustentável e muito lucrativa, não justificando essa vontade latente desse governo em querer privatizá-lo. Os Correios não depende do dinheiro da união para se manter, ele é autossuficiente, dá lucro. Os Correios não têm monopólio de encomendas, você pode usar qualquer outra empresa privada para enviar suas encomendas. Os Correios é a única empresa pública presente em todos os 5.570 municípios do Brasil.Vamos todos, trabalhadores e população mostrar a este governo e a direção da empresa, que a solução está em não vender a nossa estatal, mas investir em capacitação, profissionalização , modernização e abrindo concurso para recuperar às mais de 40 mil vagas, que certamente contribuiria para melhorar o atendimento à população como também a diminuição do desemprego.
Fonte: Guia Muriaé