Pesquisadores em MG descobrem produto que elimina o mosquito da dengue sem danos à saúde humana e ao meio ambiente

Por oferecer uma alternativa aos inseticidas convencionais, esses produtos são de interesse para empresas e governos que pretendem reduzir a proliferação do Aedes aegypti; pesquisa foi feita na UFV.

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Pesquisadores do Departamento de Microbiologia da UFV obtiveram a concessão da patente Uso de alquilpoliglicosídeos para controle de imaturos de mosquitos, que propõe a utilização de produtos biodegradáveis como larvicida.

A invenção trata do uso de alquilpoliglicosídeos – surfactantes naturais obtidos de fontes renováveis – para o controle de larvas de mosquitos. Os cientistas demonstraram a eficácia do produto contra Aedes aegypti, espécie transmissora de doenças como Dengue, Chikungunya, Zika e Febre amarela.




De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue se tornou um problema de saúde pública no Brasil. Neste ano, houve um aumento de 184,6% no número de casos prováveis da doença, em comparação com o mesmo período de 2021. Para controle dos vetores, os inseticidas vêm sendo amplamente utilizados, o que tem levado à seleção de linhagens resistentes. Por isso, alternativas a esses produtos são de interesse para empresas e governos que pretendem reduzir a proliferação de A. aegypti.

Os surfactantes propostos são apresentados como uma nova forma de controle de larvas aquáticas, inclusive aquelas resistentes aos inseticidas convencionais, visto que seu modo de ação é diferente. Os alquilpoliglicosídeos interferem no ambiente em que as larvas vivem por meio de alterações na tensão superficial da água, o que dificulta o posicionamento correto das larvas para a realização de trocas gasosas com a atmosfera. Por agir no meio, e não no metabolismo propriamente dito, os alquilpoliglicosídeos têm menor probabilidade de selecionar populações resistentes, diferentemente do que ocorre com os inseticidas convencionais.




O trabalho desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Biotecnologia e Biodiversidade para o Meio Ambiente, coordenado pelo professor Marcos Rogério Tótola, pode revolucionar a forma como o mundo combate doenças veiculadas por mosquitos. Além de os produtos propostos na tecnologia não serem tóxicos a humanos, animais domésticos ou silvestres e insetos de modo geral, nas concentrações recomendadas, eles têm baixo custo, são biodegradáveis e fáceis de usar.

Vale destacar que a patente foi concedida, no dia 25 de outubro, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).




Fonte: UFV




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