Para entender o motivo por trás dessa orientação, é fundamental compreender o processo de aprovação de medicamentos genéricos e similares no Brasil. Muitos medicamentos amplamente consumidos já tiveram suas patentes expiradas, permitindo que vários laboratórios produzam versões genéricas ou similares desses medicamentos. No entanto, para obter a aprovação da Anvisa, esses fabricantes precisam demonstrar que seus produtos são intercambiáveis com o medicamento de referência, que passou por extensos testes clínicos para comprovar sua segurança e eficácia.
A Anvisa destaca que essa intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência por seu genérico ou similar, é comprovada por meio de testes de equivalência terapêutica, incluindo comparações in vitro e estudos de bioequivalência. No entanto, essa equivalência não é estabelecida entre diferentes genéricos ou similares.
Embora esses medicamentos compartilhem o mesmo princípio ativo, os fabricantes de genéricos e similares podem usar diferentes fornecedores de matérias-primas e processos de produção, resultando em variações que afetam a absorção, metabolismo e eliminação do medicamento no organismo. Isso pode ter consequências na eficácia e segurança do tratamento.
Alguns tratamentos, como aqueles que envolvem medicamentos biológicos, podem ser particularmente sensíveis à troca entre diferentes marcas, devido às diferenças nos processos de fabricação. Portanto, a orientação é que esses medicamentos não sejam trocados.
O mesmo se aplica a medicamentos que possuem doses extremamente baixas, em microgramas, como hormônios da tireoide e anticoncepcionais. Pequenas variações nas doses podem ter impactos significativos no tratamento.
Embora alguns médicos orientem os pacientes a optar por medicamentos de referência, que geralmente são mais caros, muitos defendem que genéricos e similares são alternativas válidas, aprovadas pela Anvisa e mais acessíveis.
De acordo com o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, 70% de todos os medicamentos consumidos no Brasil são genéricos (41%) ou similares (29%). A escolha entre eles geralmente se baseia no preço e na disponibilidade.
Para os pacientes que não conseguem manter o tratamento com o mesmo fabricante ou marca, a recomendação é ficar atento a sinais e sintomas, relatar quaisquer eventos adversos ao médico e manter o acompanhamento regular para garantir a eficácia e segurança do tratamento.
Lembrando que a orientação médica é fundamental em todos os casos, e qualquer alteração nos medicamentos deve ser feita sob supervisão profissional.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do R7