Muriaé recebe a exposição “Nise – A Revolução pelo Afeto” de 07/05 a 10/06

Adelina Gomes, Carlos Pertuis, Rogério Reis e Carlos Vergara são alguns dos artistas presentes na mostra, que já esteve no RJ e BH e, agora, chega à Muriaé por iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde da cidade

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Entre os dias 07 de maio e 10 de julho, a exposição ‘Nise – A Revolução pelo Afeto’ ocupa o Centro Cultural Grande Hotel de Muriahe, em Muriaé, Minas Gerais, reunindo cerca de cem obras de clientes do Museu de Imagens do Inconsciente, ao lado de peças de Lygia Clark e fotografias de Alice Brill, Rogério Reis e aquarelas e fotos de Carlos Vergara.

A curadoria é do Estúdio M’Baraká, com consultoria do psiquiatra Dr. Vitor Pordeus e do museólogo Eurípedes Júnior. A exposição foi realizada nos centros culturais CCBB RJ, este através da Lei de Incentivo à Cultura, e CCBB BH, ambos com patrocínio do Banco do Brasil, e, agora, é levada à cidade de Muriaé através do financiamento da Secretaria de Saúde da cidade, apoiado pelo Governo do Estado de Minas Gerais.

Nise da Silveira (1905-1999) formou-se como médica, sendo a única mulher em uma turma com mais de 150 homens, e ficou mundialmente conhecida pela ideia pioneira de usar o afeto como metodologia científica no tratamento às pessoas com sofrimentos psíquicos.

Ao buscar formas de acessar as camadas do inconsciente e criar um diálogo, através de ferramentas artísticas e com aplicações científicas, entre o inconsciente e a sua potente expressão em imagens, Nise reposicionou o entendimento de loucura na história da humanidade. A exposição valoriza a dimensão vanguardista e criativa de uma das maiores cientistas do Brasil, o seu legado e obras criadas a partir do seu revolucionário método.

“A Nise criou um método clínico centrado no afeto. Ela é herdeira de Juliano Moreira, de Baruch Espinoza, de Sigmund Freud, de Carl Gustav Jung. Jung foi aluno de Freud e professor da Nise, na Suíça. Homens revolucionários, que abandonaram a ideia do corpo máquina e trabalharam com a abordagem centrada na subjetividade, na emoção, na identidade, na simbologia, nas narrativas que restauram as memórias. A nossa dificuldade hoje é não deixar o afeto se apagar,

em um momento em que tudo virou máquina”, situa Pordeus, que trabalhou no Instituto Municipal Nise da Silveira, de 2009 a 2016, e é um dos fundadores do Hotel da Loucura.

Já Eurípedes, que está ligado à doutora e ao Museu desde 1974 e é vice presidente da Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente, diz que “colaborar com essa mostra foi um desdobramento natural de um trabalho que desenvolvo há anos com a equipe do Museu, um centro vivo de criação e de divulgação científica e artística. O Museu se empenha fortemente na luta pela redução do estigma e pela mudança de paradigma da sociedade em relação à loucura. As pinturas são apaixonantes porque revelam mais do que sabemos sobre os mistérios da mente humana. É uma alegria levar esses conteúdos ao grande público.”

A mostra foi inaugurada no CCBB RJ, em 2021, e ficou em cartaz, no CCBB BH, até 28 de março de 2022, e já reuniu números impressionantes: mais de 150 mil visitantes em sete meses de exposição e mais de três milhões em retorno em mídia espontânea.

Para a nova temporada foi escolhida a edificação do Centro Cultural Grande Hotel de Muriahe, que é datada de 1904 e foi tombada em julho de 1997, pela Prefeitura de Muriaé, por sua importância cultural para a cidade. A exposição utilizará os espaços da Galeria Mônica Botelho e todo o terceiro andar do Grande Hotel.

“Considero essa exposição de extrema importância para o município e para as áreas de Saúde e Cultura. Como musicoterapeuta, sempre sonhei em organizar um trabalho de conscientização, no município, do quanto a Cultura e as Artes podem contribuir para nossa saúde mental. Tudo isto baseado em uma relação de afeto.”, conta Gilca Napier, Diretora Geral da Fundarte.

E a Prefeitura Municipal de Muriaé, através da Secretaria Municipal de Saúde, apoia as ações de Saúde Mental e não mede esforços para o fortalecimento da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, sempre trazendo o usuário como protagonista da sua história. Em uma parceria com o Governo do Estado de Minas Gerais, propondo um trabalho com a Promoção e Cultura da Paz, vislumbra na exposição ‘Nise – A Revolução pelo Afeto’ uma forma delicada, harmoniosa e emocionante de tocar o outro, mostrando que o respeito a humanização e o afeto serão sempre o melhor caminho.

Outra iniciativa para debater o assunto, será a palestra ‘Um encontro para falar de Nise da Silveira e sua revolução pelo afeto’, com Vitor Pordeus, no dia 13 de maio, às 19h, no Teatro do Colégio Santa Marcelina, que tem capacidade para 700 pessoas. O evento é aberto ao público e tem entrada franca.

No Rio de Janeiro surgiu uma metodologia para todo o mundo

Localizado no Engenho de Dentro, subúrbio carioca, o Museu de Imagens do Inconsciente foi criado por Nise, em 1952, com a finalidade de reunir os trabalhos produzidos pelos seus clientes nos estúdios de modelagem e pintura – verdadeiros documentos para ajudar na compreensão mais profunda do que se passava no universo interior deles.

Dos clientes que se destacaram, em um acervo que reúne mais de 400 mil trabalhos, registrados como patrimônio, foram escolhidas obras de alguns dos nomes mais emblemáticos dos artistas do Museu, como Carlos Pertrius, Fernando Diniz, Adelina Gomes e Emygdio de Barros. Entre os artistas contemporâneos cujos trabalhos dialogam com saúde mental estão Lygia Clark e Carlos Vergara.

Para Isabel Seixas, produtora e sócia do Estúdio M’Baraká, “a exposição busca apresentar essa personagem e sua importância simbólica ontem e hoje. Nise é uma mulher revolucionária e representa um pensamento vanguardista brasileiro na ciência e, pela especificidade de seu trabalho, consequentemente, nas artes. Nise da Silveira (devemos reverberar esse nome) permitiria múltiplas abordagens – valorizar seu gesto revolucionário, a partir do afeto, é potente nos dias de hoje”.

“Um marco para a Saúde do Município, em especial na saúde mental, que culmina com esse olhar diferenciado do exemplo de Nise da Silveira para nós, profissionais ou não da área , com dedicação , resistência, mudando a sociedade com inteligência e afeto”, disse Dr. Marcos Guarino de Oliveira, secretário de Saúde e vice-prefeito de Muriaé.

Um Mergulho Libertário no Inconsciente

A expografia de Diogo Rezende, designer e sócio do Estúdio M’Baraká, traz ambientes preenchidos de improviso e sobreposições que contrastam a frieza da instituição de clausura, sob constante vigilância, com o calor, a humanidade e a liberdade do trabalho que a doutora Nise realizou nos ateliês do Engenho de Dentro.

O público vai passear pelos precursores da arteterapia em oposição aos tratamentos da época, a questão do afeto, depois verá a chegada da alagoana Nise ao Rio de Janeiro, a passagem pela prisão e as mulheres com quem conviveu.

Serviço:

Exposição ‘Nise – A Revolução pelo Afeto’

Data: 07 de maio a 10 de julho de 2022
Horário de funcionamento: de terça a sexta, de 8h às 19h, e sábados, de 8h às 12h
Endereço: Centro Cultural Grande Hotel de Muriahe – Praça João Pinheiro, 164 – Centro, Muriaé – MG
Agendamento de visitas guiadas: Thais ou Priscilla – (32) 3729-1059
Entrada Franca
Classificação indicativa: Livre
Mais informações: linkr.bio/mostra_nise

Palestra ‘Um encontro para falar de Nise da Silveira e sua revolução pelo afeto’, com Vitor Pordeus

Data: 13 de maio
Horário: 19h
Endereço: Teatro do Colégio Santa Marcelina – Rua Barão do Monte Alto, 2 – Centro – Muriaé – MG
Entrada Franca
Classificação indicativa: Livre

Fonte: Fundarte

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