Ministério Público obtém proibição de acúmulo de remunerações e plantões irregulares de médicos em hospital em Viçosa

Guia Muriaé no WhatsApp

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve decisão judicial condenando a Casa de Caridade de Viçosa, mantenedora do Hospital São Sebastião, a encerrar a prática de plantões médicos simultâneos duplamente remunerados, em que o mesmo profissional acumulava duas vagas de plantonista distintas no mesmo horário, recebendo por ambas. A decisão obriga ainda o fim de sequências de plantões acima de 24 horas, que também gerava remunerações abusivas e queda na qualidade do atendimento.

A sentença foi proferida em resposta a Ação Civil Pública (ACP) movida pela Promotoria de Justiça da Saúde de Viçosa, na Zona da Mata. Conforme as investigações, os médicos envolvidos obtiveram vantagem financeira direta com a prática irregular. Um dos profissionais chegou a receber cerca de R$ 10 mil por semana, totalizando mais de R$ 40 mil por mês somente com plantões.

PUBLICIDADE

A decisão confirma liminar concedida pela Justiça em abril de 2023 e determina ainda que a instituição tome providências para o ressarcimento aos cofres da entidade de valores pagos indevidamente a médicos que acumulavam plantões irregularmente.

A ação teve origem em procedimento administrativo instaurado para fiscalizar a gestão dos plantões na pediatria e na UTI neonatal do hospital. As investigações revelaram que a instituição não apenas permitia, como também remunerava plantões simultâneos com recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS). A sentença reconheceu que é impossível um único médico se responsabilizar por pacientes em situação sensível em duas alas diferentes ao mesmo tempo.

PUBLICIDADE

No caso das sequências de plantões, as apurações revelaram casos em que o mesmo médico atuou por até 96 horas ininterruptas, à revelia, portanto, dos regulamentos da profissão e da eficiência do atendimento.

Diante dos fatos, a decisão judicial enfatizou a conivência da Casa de Caridade, que, mesmo ciente das irregularidades, demorou a agir mesmo quando provocada pelo MPMG. A Justiça considerou como provas os relatórios de fiscalização do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, as escalas de plantão, documentos administrativos e depoimentos colhidos pelo MPMG.

PUBLICIDADE

“Uma vez que a instituição se propõe a ofertar serviços médicos especializados, é imperativo que o faça observando os requisitos para o exercício profissional ético e qualificado”, argumentou o promotor de Justiça Luís Cláudio Fonseca Magalhães, responsável pela ACP.

Fonte: MPMG

PUBLICIDADE

WhatsApp Receba nossas notícias direto no seu WhatsApp! Envie uma mensagem para o número (32) 99125-5754 ou pelo link https://chat.whatsapp.com/KLaZbX65tfkKHAGhUolho2
Seguir o Guia Muriaé no Google News
📲 Acompanhe o GUIA MURIAÉ - Facebook / Instagram / Telegram / Threads / TikTok / Twitter / YouTube / WhatsApp

Guia Muriaé no WhatsApp

Você viu?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo