Três mortes de crianças são investigadas no interior de Minas; outras quatro estão internadas

Moradores afirmam que as mortes estariam ligadas à contaminação por bactéria do tipo streptococcus; casos motivam manifestação de pais nesta terça-feira (24 de outubro)

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A cidade de São João del-Rei, localizada na região do Campo das Vertentes, enfrenta uma investigação preocupante após a morte de três crianças nos últimos 30 dias, com idades entre 3 e 10 anos. Os moradores da cidade estão apreensivos, e há suspeitas de que essas mortes possam estar relacionadas à contaminação por uma bactéria do tipo streptococcus, transmitida por meio de saliva e secreções respiratórias.

A situação chamou a atenção das autoridades de saúde, e uma reunião entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), ligado à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), foi realizada nesta segunda-feira (23 de outubro) para discutir os casos.

As preocupações são tão sérias que um grupo de mães decidiu realizar um protesto em frente à prefeitura da cidade na manhã desta terça-feira (24 de outubro). Além das três mortes, outras quatro crianças estão internadas e sendo monitoradas pela vigilância em saúde. Além disso, há relatos de crianças apresentando sintomas como amigdalite, febre, vômito e manchas ou erupções na pele.

Os casos têm causado desespero entre pais e familiares das crianças. Andreia Pereira Donato, de 43 anos e integrante do grupo de mães, relata que a série de tragédias começou há cerca de um mês, quando um menino de 11 anos passou mal na escola com dor de garganta e vômito. Após ser levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade, o menino foi diagnosticado e recebeu medicação.

No entanto, no dia seguinte, o estado de saúde piorou, e ele foi internado na Santa Casa da cidade, onde infelizmente faleceu dias depois. Logo depois, ocorreu a morte de uma menina de 3 anos, que também apresentou sintomas semelhantes, incluindo febre alta e manchas na pele.

O terceiro e mais recente caso ocorreu na segunda-feira (23), quando uma menina de 10 anos faleceu após manifestar os mesmos sintomas alarmantes. A comunidade local acredita que todos esses eventos possam estar ligados à contaminação por um tipo de bactéria do tipo streptococcus. Há relatos de diversos pais preocupados com o adoecimento de várias crianças que estão em tratamento em casa.

Devido à gravidade da situação, pais e familiares estão com receio de enviar seus filhos para a escola. Andreia afirma que a prefeitura não está tratando o problema com a devida seriedade e exige uma ação urgente. Eles pedem o fechamento das escolas por quatro dias e uma desinfecção completa das instalações.

Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde pede calma à população e afirma que não há evidências de um surto. A Secretaria também enfatiza que, segundo o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, não há necessidade de fechar as escolas, embora a atenção dos pais seja solicitada para não enviar crianças com qualquer sintoma.

A Secretaria Municipal de Saúde está investigando a situação, e um fluxo de atendimento médico está em andamento para lidar com os casos relatados. Até o momento, não há confirmação de que as três mortes estejam relacionadas, e a investigação continua em curso. A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para obter mais informações sobre a situação e aguarda retorno.

Entenda sintomas de dor de garganta que pode ter matado três crianças

Entre os sintomas relatados pelas crianças estão amigdalite (dor de garganta), febre, vômito e manchas ou erupções na pele. A infectologista Janaína Teixeira, que atua na cidade, compartilhou vídeos nas redes sociais para orientar e acalmar os pais.

Segundo Janaína, os sintomas são causados por infecções da bactéria Streptococcus pyogenes. Ela esclarece que essa bactéria não é resistente a antibióticos e pode ser tratada com relativa facilidade. No entanto, tem havido um aumento no número de infecções por Streptococcus, que podem variar de infecções de pele a condições mais graves, como erisipela, celulite, escarlatina e impetigo. A bactéria também pode causar infecções de garganta, particularmente em crianças com menos de 10 anos, e, em casos graves, pneumonia, artrite e até mesmo meningite.

Além disso, em raras situações, Streptococcus pyogenes pode causar a “síndrome do choque tóxico”, que é uma infecção grave e invasiva. A médica destaca que essa síndrome é incomum, com uma prevalência de 1 a 5 casos para cada 100 mil habitantes, mas apresenta uma taxa de mortalidade elevada.

Para prevenir a disseminação da bactéria, a infectologista enfatiza a importância de evitar compartilhar utensílios como copos, talheres e garrafas. Crianças doentes com dor de garganta e febre devem permanecer em casa e não frequentar a escola. Manter os ambientes bem ventilados e manter as vacinas em dia também são medidas essenciais para prevenir infecções bacterianas após infecções virais.

SES-MG descarta surto de doença após mortes de crianças em São João del-Rei

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) emitiu um comunicado descartando a ocorrência de um surto de doença ou risco à saúde da população de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, após a morte de três crianças, com idades de 3, 10 e 11 anos, e a hospitalização de outras quatro, todos apresentando sintomas que incluem dor de garganta, amigdalite, febre, vômito, manchas e erupções na pele.

A SES-MG afirmou que está acompanhando atentamente os casos em colaboração com a Unidade Regional de Saúde e a prefeitura local, e que amostras estão sendo analisadas em laboratório. As investigações estão sendo conduzidas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Minas).

Para aliviar a preocupação dos pais, um protesto foi realizado em São João del-Rei na terça-feira (24 de outubro). Como medida de precaução, as aulas nas escolas municipais da cidade foram suspensas por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (25 de outubro).

A secretaria de Saúde ressaltou que, além de descartar a existência de um surto ou risco à saúde pública, não há evidências epidemiológicas que justifiquem a interrupção das atividades da população. A SES-MG enfatizou que os canais oficiais são a fonte mais confiável de informação e instou o público a evitar compartilhar notícias falsas.

Além disso, a SES-MG anunciou que fornecerá treinamento aos médicos da rede de saúde de São João del-Rei nesta quarta-feira (25 de outubro) com o objetivo de aprimorar a detecção e o tratamento oportuno de casos suspeitos de infecção, incluindo a identificação de diagnósticos adequados.

A orientação para qualquer pessoa que apresente sintomas como febre e garganta inflamada é buscar uma Unidade Básica de Saúde para obter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

A situação permanece sob monitoramento das autoridades de saúde, com a população sendo orientada a agir com responsabilidade e procurar informações em fontes confiáveis.

Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo

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