Os números para todo o Brasil também são preocupantes, com um aumento de 158,3% no mesmo período. Esse crescimento nos índices de infartos está associado a uma série de fatores, incluindo estresse, maus hábitos alimentares, sedentarismo, diabetes, pressão alta e obesidade.
O doutor em pesquisa clínica Bernardo Tura, do INC, enfatiza a complexidade desses fatores que contribuem para o aumento dos infartos. “As pessoas estão ficando muito estressadas, estão comendo pior e fazendo menos atividade física. O diabetes, a pressão alta e a obesidade estão aumentando. Então, são muitos fatores unidos que podem levar as pessoas a infartar”, alertou.
O caso de Alexandre Maldonado, um marceneiro de 53 anos, ilustra essa preocupante tendência. Alexandre teve um infarto e relatou que sua rotina de trabalho sobrecarregada, que incluía trabalhar continuamente, foi um dos fatores que contribuíram para o seu problema de saúde. Ele alertou para a importância de cuidar da saúde e encontrar um equilíbrio entre o trabalho e o descanso.
Segundo especialistas, o tempo é fundamental quando se trata de infarto. Cerca de 50% das vítimas não sobrevivem a tempo de receber socorro, mas se atendidas por um médico em até uma hora, a taxa de sobrevivência pode ultrapassar 90%, sem sequelas graves.
A chegada do inverno aumenta ainda mais a preocupação, pois as baixas temperaturas levam as pessoas a ficarem em ambientes mal ventilados e a reduzirem a atividade física. As infecções respiratórias também podem desencadear infartos, tornando o inverno uma estação crítica.
A obesidade abdominal é outro fator de risco importante. De acordo com o Ministério da Saúde, uma pessoa com obesidade abdominal tem duas vezes e meia mais chances de sofrer um infarto em comparação com alguém sem essa condição.
Em meio a essa crescente preocupação com os infartos, o cardiologista mineiro Marco Túlio Castagna desenvolveu o AngelUS, um dispositivo de automonitoramento que permite a realização de eletrocardiogramas (ECG) em casa. Em caso de suspeita de infarto, o sistema é capaz de liberar medicação e indicar o hospital mais próximo, aumentando a chance de sobrevivência.
O AngelUS recebeu reconhecimento internacional e é semifinalista do Prêmio Eurofarma de Inovação em Saúde, mas ainda precisa de financiamento para ser disponibilizado ao público.
Esse aumento alarmante de infartos em Minas Gerais e em todo o Brasil destaca a urgência da educação em saúde e da adoção de medidas preventivas, incluindo um estilo de vida mais saudável e exames regulares para identificar precocemente os fatores de risco cardiovascular. É imperativo que a população esteja ciente dos sintomas e busque ajuda médica imediata quando necessário, pois o tempo faz toda a diferença no tratamento de um infarto.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo