Invasão de javalis representa ameaça para o agro em MG

Assunto foi discutido na Assembleia Legislativa de Minas

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O javali é considerado uma das 100 piores espécies invasoras do mundo, segundo a União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN), e tem trazido sérios prejuízos para a flora, fauna e o agronegócio. Preocupado com essa questão, o Sistema Faemg Senar participou, nesta quinta-feira (10), de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, para falar sobre a invasão do animal, principalmente, nas propriedades rurais do Triângulo Mineiro.

Minas é o terceiro estado com maior número de municípios com registros de presença de javalis, segundo o relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), divulgado em 2022. O documento mostra que 198 cidades mineiras já registraram a presença do animal, sendo que 64 dessas estão classificadas com “prioridade extremamente alta” para a prevenção no aspecto ambiental, já que possuem áreas com flora e fauna mais sensíveis.

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A burocracia enfrentada para obtenção de licenças de manejo, em especial, para a emissão de licenças para abate foram alguns dos problemas apresentados durante a audiência. O vice-presidente secretário do Sistema Faemg Senar, Ebinho Bernardes, fez um alerta sobre a importância de se resolver a questão.

“É sabido por todos nós que o javali é uma praga que destrói as nossas plantações, entre elas, as lavouras de soja, milho e cana. Esse animal é uma espécie invasora que traz grandes prejuízos para os nossos produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes proprietários rurais. Então, o objetivo do Sistema Faemg Senar é apoiar, tecnicamente, a Assembleia Legislativa para sensibilizar os nossos deputados estaduais, para que eles possam aprovar uma legislação mais coerente, que nos ajude a acabar de vez com esse problema que tem trazido grandes prejuízos os produtores rurais”, afirmou.
Ebinho Bernardes: “O javali é uma praga que destrói as nossas plantações, entre elas, as lavouras de soja, milho e cana”.

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Prejuízos ambientais e agrícolas

O coordenador do Controle de Capivaras e Javalis da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba (SP), Paulo Bezerra e Silva Neto, apontou alguns dados que reafirmam o alerta em relação ao animal.

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“O javali atinge a maturidade sexual antes de um ano de idade, tem, em média, oito filhotes por ano, podendo alcançar 32 crias em quatro anos. O animal anda em bando e estima-se que ele pode se locomover por até 300 quilômetros por dia. Outro dado alarmante é que ele não encontra predadores naturais, o que facilita sua proliferação”, disse.

O presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Sacramento e presidente do Núcleo de Núcleo dos Sindicatos dos Produtores Rurais (SPRs) do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, Osny Zago, fez uma apresentação durante a audiência com fotos e dados que demonstram o estrago causado pelos javalis nas plantações, nascentes e áreas nativas da região. Para ele, é importante resgatar o Projeto de Lei (PL) 1.858/2023 que autoriza o controle populacional e o manejo sustentável do javali-europeu (Sus scrofa) em todas as suas formas, linhagens, raças e diferentes graus de cruzamento.

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“Esse PL é muito importante! Precisamos fazer uma convocação para ouvir especialistas e a população e, assim, buscarmos uma solução equilibrada. É fundamental manter um controle para que os javalis não continuem destruindo nossa fauna e flora. Além do mais, eles são portadores de verminoses, consomem adubo, o que representa também um risco para quem consome essa carne”, afirmou.

Tratativas

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O deputado Raul Belém apontou alguns caminhos em busca de solução para o problema. “A caça é apenas uma das formas de controle — precisamos discutir cientificamente e com responsabilidade as práticas de manejo, inclusive como política de Estado. Temos o Projeto de Lei 1.858, que trata do manejo do javali em Minas Gerais e pode avançar com o apoio dos relatos dos produtores e das audiências públicas que estamos promovendo”, disse.

Ao final da audiência, o deputado também propôs a criação de um grupo de trabalho para tratar do assunto. Esse grupo seria coordenado pelas Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente.

Presenças

O encontro contou com as participações da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), Instituto Mineiro Agropecuário (Ima), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba (SP), Superintendência de Agricultura em Minas Gerais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Polícia Militar de Minas Gerais, Clube Mineiro de Caçadores, entre outros.

Fonte: Cristiane Mendonça – ASCOM Sistema Faemg Senar

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