Jovem chamou namorado e cunhado para comer pizza antes de ser morta por eles em MG
Após o crime, os suspeitos ainda voltaram para a casa da vítima, comeram a pizza. Eles também planejaram fuga que envolvia mobiliar uma casa nova com os móveis da técnica de enfermagem.
A morte brutal da técnica de enfermagem Pâmela Nunes Valadares, de 28 anos, chocou a cidade de Frutal, no Triângulo Mineiro.
O crime ocorreu na noite em que Pâmela convidou seu namorado e cunhado para comer pizza – os mesmos homens que acabaram sendo responsáveis pelo feminicídio.
O Crime
De acordo com o delegado Fabrício Altemar, da Polícia Civil, tudo começou durante uma confraternização entre Pâmela, seu namorado e seu cunhado. Durante o encontro, Pâmela brincou ao dar tapas leves no cunhado, mas ele não gostou da atitude e exigiu desculpas. Quando ela recusou-se a pedir desculpas após um segundo tapa, o cunhado reagiu com extrema violência.
“A vítima foi agredida com socos, e um dos golpes chegou a quebrar um dente dela. Em seguida, o cunhado a jogou contra uma pilastra e começou a esganá-la. O namorado, ao invés de protegê-la, ajudou o irmão, e ambos usaram uma corda para enforcá-la até a morte”, relatou o delegado.
Após o feminicídio, os dois enrolaram o corpo de Pâmela em um cobertor, amarraram seus braços e pernas com a mesma corda utilizada no enforcamento e o transportaram em um carrinho de mão até uma chácara na zona rural de Frutal. Lá, eles jogaram o corpo em uma fossa.
Cena Final: Pizza Após o Crime
Os suspeitos retornaram à casa de Pâmela após o crime e consumiram a pizza que havia sido entregue momentos antes. Durante o jantar, discutiram planos para encobrir o feminicídio, incluindo fugir e mobiliar uma nova casa com os pertences da vítima.
Investigação e Descoberta
A investigação começou após colegas de trabalho notarem a ausência de Pâmela em seu plantão no hospital. Preocupadas, as amigas tentaram contato com ela por mensagens. Embora tenham recebido respostas escritas, Pâmela se recusou a enviar áudios quando solicitada, levantando suspeitas.
As amigas relataram à Polícia Militar que Pâmela já havia mencionado ser vítima de agressões cometidas pelo namorado e que temia por sua vida. Elas afirmaram que, se algo acontecesse com Pâmela, seria culpa dele.
A PM foi até a residência da vítima, encontrando-a vazia. Horas depois, localizaram o namorado de Pâmela, que confessou o crime e indicou onde o corpo estava. Ele também revelou a participação do irmão no feminicídio.
Resgate do Corpo
O Corpo de Bombeiros foi acionado para retirar o corpo de Pâmela da fossa onde havia sido jogado. Durante a operação, realizada à noite, foram encontrados sinais claros de violência, como marcas de enforcamento e hematomas. Uma poça de sangue foi identificada na área externa da casa de Pâmela, local onde as investigações apontam que o crime pode ter ocorrido.
Perfil da Vítima
Natural de Tocantins, Pâmela era uma mulher trans e dedicava sua vida ao cuidado de outras pessoas, trabalhando em dois hospitais de Frutal – um público e outro privado. Sua morte deixou amigos, colegas de trabalho e pacientes profundamente abalados.
Em nota oficial, a Prefeitura de Frutal lamentou a tragédia:
“É com tristeza e consternação que o Hospital Frei Gabriel recebeu a notícia da trágica morte da nossa colaboradora Pâmela Valadares Nunes. Nesse momento de profunda dor, prestamos nossas sinceras condolências à família, aos amigos e aos companheiros de trabalho de Pâmela.”
Prisão dos Suspeitos
O namorado e o cunhado de Pâmela foram presos e estão sendo investigados por feminicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ambos confessaram o crime e forneceram detalhes sobre os eventos que culminaram na morte da vítima.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do G1