O fogo vem aí: risco de incêndios em Minas é maior este ano. Saiba por quê

Tempo seco que costuma marcar os dias de inverno e previsão de estiagem prolongada disparam alarme para ameaça de temporada crítica de queimadas

Guia Muriaé no WhatsApp

Minas Gerais está enfrentando um aumento preocupante no número de ocorrências de incêndios florestais neste ano. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, mais de 4.300 queimadas foram registradas em todo o estado até o dia 22 de junho, e a tendência é que a situação se agrave durante os meses de inverno. Somente no mês passado, os bombeiros foram acionados para combater 1.147 focos de incêndio, sendo que 20 deles ocorreram em unidades de conservação.

A seca severa e a ação humana são apontadas como os principais fatores que contribuem para o aumento dos incêndios em Minas Gerais. O estado possui o cerrado como bioma predominante, o segundo maior da América do Sul, perdendo apenas para a floresta amazônica. Embora o cerrado tenha uma certa adaptabilidade ao fogo, as chamas de grandes proporções, geralmente causadas pela ação humana, representam um desafio para a vegetação.

O professor Bernardo Gontijo, do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que o cerrado é propenso a incêndios durante a estação seca, devido à ausência de água no ecossistema. A vegetação seca se torna altamente suscetível às queimadas. No entanto, ele ressalta que os incêndios naturais tendem a evoluir pouco, ao contrário daqueles provocados pela ação humana, que podem atingir grandes proporções.

Cristiano Reis, coordenador da Brigada Florestal Voluntária Guardiões da Serra, destaca que a intervenção humana é responsável pela maioria dos incêndios de grande porte. Muitas queimadas são causadas pela prática de abertura de pastagens através do fogo, que acaba se alastrando para áreas de preservação. Estima-se que pelo menos 90% dos incêndios de grandes proporções sejam resultado da ação humana, seja intencional ou acidental.

As áreas do Parque Nacional da Serra do Cipó e da Lapinha da Serra, próximas a Belo Horizonte, são particularmente vulneráveis ao aumento das chamas. A previsão é que os incêndios se tornem mais frequentes no final deste mês, com o pico entre agosto e setembro. Regiões que não foram afetadas por incêndios no ano passado são ainda mais suscetíveis, pois possuem uma acumulação de matéria orgânica que serve como combustível para o fogo.

Diante desse cenário preocupante, o governo de Minas Gerais lançou o programa “Minas Contra o Fogo”, com o objetivo de capacitar e formar brigadistas municipais para combater os incêndios florestais. Além disso, serão intensificadas as ações de fiscalização para coibir práticas que resultem em incêndios. Drones e viaturas foram entregues aos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental.

A seca deste ano é agravada pelo fenômeno El Niño, que afeta o regime de chuvas em várias regiões do país. Diante desse contexto, é fundamental que a população esteja consciente dos riscos e evite ações que possam provocar incêndios, como o descarte inadequado de cigarros e a queima de lixo em áreas próximas a vegetações. A preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos e a prevenção é a melhor forma de evitar tragédias causadas pelos incêndios florestais.

Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal Estado de Minas

WhatsApp Receba nossas notícias direto no seu WhatsApp! Envie uma mensagem para o número (32) 99125-5754 ou pelo link https://wa.me/5532991255754
Seguir o Guia Muriaé no Google News
📲 Acompanhe o GUIA MURIAÉ - Facebook / Instagram / Telegram / Threads / TikTok / Twitter / YouTube / WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Guia Muriaé no WhatsApp
Botão Voltar ao topo