Ubá: Mulher do policial depõe à policia e reforça problemas mentais do marido

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Shirley Ribeiro da Costa, de 27 anos, esposa do policial militar que confessou ter matado a tiros o vendedor Gustavo Ribeiro de Paula, prestou depoimento por aproximadamente 1h50, na tarde dessa quinta-feira (31), na Delegacia de Ubá. Segundo o delegado responsável, as informações coincidiram com as apresentadas pelo marido, o Cabo Alexssander Policarpo, reforçando a tese de crime passional. A mulher confessou ter se relacionado com a vítima por quatro vezes, desde maio deste ano. O último encontro teria acontecido cerca de quinze dias antes do crime.

Com depoimento marcado para as 15h, Shirley chegou na Delegacia às 14h55. Ela estava acompanhada do mesmo advogado que representa seu marido, Marcelo Marques, e cobriu o rosto com uma jaqueta quando percebeu a presença da imprensa. Ela não falou com os jornalistas. O depoimento foi realizado na presença do advogado e do titular da Delegacia Especializada em Investigações Antidrogas e Homicídios, Rafael Gomes de Oliveira. Na saída da Delegacia ela também preferiu cobrir o rosto, desta vez com o paletó do advogado, e manteve o silêncio.

Segundo o Delegado, ela chorou várias vezes durante o depoimento, e foi fiel a versão já apresentada por Policarpo, com quem Shirley (foto ao lado chegando à delegacia) vive em união estável há cerca de oito anos. “A mulher, o marido e o filho teriam realizado algumas compras, e quando retornavam para o veículo da família, o marido teria se sentido provocado pela vítima, que estava na porta da loja em que trabalhava. A Shirley afirma que abraçou o marido e tentou segurá-lo, mas ele entrou na loja atrás de Gustavo, que correu. Na volta, Policarpo saiu e foi andando na calçada, ela perguntando o que ele teria feito e ele só dizia que ‘ela havia acabado com a vida dele’. Foi quando eles foram para o carro e ele já afirmou que não se lembrava ao certo do que havia acontecido”, relata Dr. Rafael.

Shirley afirmou ainda que após ser deixada na companhia do filho em um posto de combustível, conseguiu uma carona até sua casa. Lá permaneceu até ser orientada a sair da cidade e buscar ajuda de familiares.

Problemas psicológicos

“O depoimento dela foi claro neste sentido, de que antes mesmo de começar a se relacionar com Shirley o Policarpo já teria problemas psicológicos, tomando remédios controlados e fazendo tratamentos psiquiátricos. E que ao se separar da primeira esposa ele teria, inclusive, atentado contra a própria vida. Ela falou ainda, com riqueza de detalhes, sobre outros casos de transtornos mentais na família do militar, inclusive de uma pessoa diagnosticada com esquizofrenia”, explica o delegado, informando ainda que, segundo o depoimento, Policarpo não estaria se tratando adequadamente atualmente.

Sobre o relacionamento do casal, Shirley relatou que se encontrou com o marido na noite de segunda-feira, após a apresentação de Policarpo na Delegacia, e que ele teria se despedido do filho, já prevendo que seu mandado de prisão seria expedido.

Reações nos depoimentos

Segundo o delegado, Policarpo também se emocionou várias vezes ao ser ouvido na última segunda-feira (28). “Nos crimes de homicídio, costumo perguntar aos autores, no final do depoimento, se eles se arrependeram do cometimento do crime. Policarpo respondeu que sim, que não tinha a intenção”.

Mulher não será processada

“Apesar de ela ter cometido um ato imoral, que foi o relacionamento extraconjugal, suas condutas não estão previstas em nenhum artigo do Código Penal. Ela não pode ser enquadrada como coautora, ou como partícipe, visto tratar-se de um crime que não aconteceu de maneira premeditada. Ela cometeu um ato imoral, mas que não é punível pela lei”, explicou o Delegado.

Funcionários da loja em que o crime aconteceu também foram ouvidos na Delegacia, e a previsão é que o inquérito policial seja concluído até a próxima semana. Policarpo, que já se encontra preso, internado sob escolta em instituição hospitalar de Juiz de Fora, deverá ser indiciado por homicídio qualificado. Caso seja condenado, sua pena pode variar de 12 a 30 anos.

Fonte: Marcelo Lopes

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