Dia Mundial de Combate ao Câncer: por que o cuidado com a alimentação se relaciona com a data?

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Anualmente, 8 de abril marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A data reacende uma série de discussões pertinentes de cuidados importantes que a população deve ter em relação à doença.

O dia foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que organizações ao redor do planeta se reúnam em prol da prevenção dos vários tipos de câncer, além de dar força aos pacientes que lutam contra esta doença.

“O que precisamos é que a população tenha acesso às informações claras e corretas, às recomendações simples que caibam na rotina e, principalmente, no bolso do brasileiro. Porque o feito é melhor do que perfeito”, afirma coordenadora de projetos da Umane, Evelin Santos.

A Umane é uma associação filantrópica independente, que articula e fomenta iniciativas de apoio ao desenvolvimento do sistema, melhoria das condições de saúde e promoção da saúde.

A nutricionista da área técnica de alimentação, nutrição, atividade física e câncer do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Thainá Malhão, explica que alimentação inadequada junto com outros fatores como excesso de peso, ingestão de bebidas alcoólicas e falta de atividade física são associados com pelo menos 12 tipos de câncer.

“Já se sabe que uma das formas de se proteger do câncer é evitar o consumo de ultraprocessados pois eles favorecem o ganho de peso, sobrepeso e obesidade que causam diversos tipos de câncer, então o melhor é não consumir esses alimentos. Sabe-se que entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas, isto é, são em princípio preveníveis, o que vai contra o que a sociedade acha que geralmente é uma coisa mais genética”, diz a nutricionista.

Agrotóxicos

Os agrotóxicos devem estar em vista quando o debate é prevenção ao câncer. É o que revelam 12 estudos presentes na revisão sistemática “Os impactos dos agrotóxicos na saúde humana nos últimos seis anos no Brasil”, publicada em março de 2022 na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health.

O trabalho é assinado pela imunologista e pesquisadora do Instituto Butantan, Mônica Lopes Ferreira, e outros oito pesquisadores da instituição.

A revisão sistemática analisou 51 pesquisas produzidas por 27 instituições públicas brasileiras. Os estudos tratam de possíveis doenças e impactos que podem ser causados por conta da exposição aos agrotóxicos. Todos os trabalhos foram revisados por pares e publicados em revistas científicas reconhecidas.

Por todo lado

Um estudo inédito do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), mostrou que boa parte dos ultraprocessados consumidos pelos brasileiros contém agrotóxicos.

A pesquisa Tem veneno nesse pacote foi lançada em duas partes: a mais recente, divulgada em 2022, apontou para a presença de resíduos de agrotóxicos em 14 de 24 derivados de carne e leite. Já em 2021, o estudo analisou bebidas, biscoitos e bolachas. A descoberta foi que 59% dos produtos analisados apresentaram resíduos de pelo menos um tipo de agrotóxico.

Entre os agrotóxicos encontrados nos alimentos da pesquisa, está o glifosato. Proibido em diversos países, esse agrotóxico é considerado pelo Organização das Nações Unidas (ONU) como um provável cancerígeno. Em 2015, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da ONU divulgou estudo alertando sobre o herbicida.

Caminhos

Logo após a vitória do, agora, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro do ano passado, a ONG Repórter Brasil sistematizou cinco ações fundamentais para conter o avanço dos agrotóxicos no país.

Em um dos pontos, a equipe enfatizou a necessidade de rever a política de isenção de impostos para estes produtos.

Um estudo produzido pela Abrasco revelou que as empresas que produzem agrotóxicos deixaram de pagar quase R$ 10 bilhões por ano em impostos federais e estaduais em 2017, quase o dobro gasto no mesmo ano pelo Sistema de Saúde para tratar pacientes com câncer, uma das principais doenças resultantes do uso indiscriminado dessas substâncias.

Em paralelo, o governo precisa apoiar quem produz alimentos saudáveis. Neste ponto, o presidente Lula deu os primeiros passos dentro ainda nos 100 dias inicias de governo.

Ao lado de agricultores e representantes de movimentos populares, Lula relançou o PAA em Pernambuco/ Ricardo Stuckert

No mês passado, o governo relançou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que consiste na compra de frutas, legumes, leite e outros alimentos oferecidos por pequenos produtores para encaminhamento a populações em situação de vulnerabilidade.

Em sua nova versão, o programa quer incentivar a participação de pequenos produtores indígenas e oriundos de comunidades tradicionais, assim como de mulheres agricultoras.

Fonte: Brasil de Fato

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