Remédios subirão duas vezes em boa parte do país
Remédios terão 'reajuste' duas vezes este ano em boa parte do país. E já começaram a subir. Entenda. Imposto mais alto e reajuste anual deixam medicamentos mais caros. Setor considera inevitável aumento nos preços
O custo dos remédios está prestes a pesar ainda mais no bolso dos brasileiros, com notícias de não apenas um, mas dois reajustes ao longo deste ano.
Já em andamento neste mês, o primeiro aumento está relacionado à elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em pelo menos dez estados e no Distrito Federal. O segundo, previsto para março, decorre do reajuste anual determinado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), autorizado pelo governo.
No ano passado, os medicamentos já haviam sofrido um aumento de 5,6%, e agora, os representantes do setor farmacêutico alertam para uma inevitável escalada nos preços. Sergio Mena Barreto, CEO da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), destaca que o aumento do ICMS já está refletindo nos custos finais:
“Já vem na nota fiscal o novo imposto e isso é acrescido no valor que vendem para a gente. Por isso, o setor é obrigado a repassar esse preço”, explica Barreto.
A abrangência do impacto é extensa, pois todas as categorias de medicamentos serão afetadas igualmente pela alíquota do ICMS, conforme destaca o presidente da Abrafarma. A Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias) também ressalta que os impostos têm um impacto direto no custo final dos produtos, e o aumento na alíquota do ICMS inevitavelmente se traduzirá em um encarecimento dos medicamentos.
A decisão de elevar o ICMS, administrado pelos estados, surgiu em resposta ao texto da reforma tributária, causando uma reação de governadores. Até o momento, dez estados e o Distrito Federal já aumentaram a alíquota do tributo, alegando a necessidade de recompor receitas perdidas em 2022 e buscando ajustar a arrecadação para o futuro, após a exclusão de uma regra na reforma aprovada.
Além dos medicamentos, outros produtos como alimentos, roupas e calçados também enfrentarão aumentos de preço devido ao aumento do ICMS. A recomposição de receitas perdidas e as mudanças no cenário tributário estão colocando os brasileiros diante de um desafio financeiro adicional, tornando essencial o monitoramento dos gastos com saúde nos próximos meses.
Medicamentos Genéricos: Desvendando Mitos e Realidades
Os medicamentos genéricos têm desempenhado um papel crucial na promoção da acessibilidade aos tratamentos médicos, proporcionando alternativas mais econômicas e ampliando o acesso da população a medicamentos essenciais. Ao longo dos anos, esses produtos ganharam espaço no mercado farmacêutico, mas ainda persistem alguns mitos e equívocos em relação a eles. Vamos explorar a verdade por trás dos medicamentos genéricos, destacando suas características, benefícios e garantias de qualidade.
O que são Medicamentos Genéricos?
Medicamentos genéricos são cópias de medicamentos já existentes no mercado, cujas patentes expiraram. Eles contêm os mesmos princípios ativos, na mesma dosagem e forma farmacêutica, e são equivalentes aos medicamentos de referência, também conhecidos como medicamentos de marca. Os genéricos passam por rigorosos testes de qualidade e eficácia antes de serem aprovados para comercialização.
Mitigando Mitos Comuns:
- Qualidade e Eficácia:
- Mito: Medicamentos genéricos são de qualidade inferior.
- Realidade: Genéricos passam por testes rigorosos para garantir que sejam tão seguros e eficazes quanto os medicamentos de referência. Eles atendem aos mesmos padrões de qualidade estabelecidos por órgãos reguladores.
- Diferenças nos Ingredientes Ativos:
- Mito: Os genéricos contêm ingredientes diferentes dos medicamentos de referência.
- Realidade: Os genéricos têm os mesmos ingredientes ativos, em concentrações equivalentes, garantindo a mesma eficácia.
- Variações de Efeito:
- Mito: Genéricos podem ter efeitos diferentes.
- Realidade: A bioequivalência é rigorosamente testada, assegurando que genéricos produzam os mesmos resultados que os medicamentos de referência.
- Preço mais Baixo significa Qualidade Inferior:
- Mito: Preços mais baixos indicam qualidade inferior.
- Realidade: A concorrência no mercado de genéricos contribui para preços mais acessíveis, sem comprometer a qualidade.
Benefícios dos Medicamentos Genéricos:
- Acessibilidade:
- Os genéricos são geralmente mais acessíveis, permitindo que um maior número de pessoas tenha acesso a tratamentos essenciais.
- Concorrência e Inovação:
- A entrada de genéricos no mercado promove a concorrência, incentivando a inovação e reduzindo os preços de medicamentos.
- Equivalência Terapêutica:
- Os genéricos são projetados para serem terapeuticamente equivalentes aos medicamentos de referência, garantindo eficácia e segurança.
- Regulação Rigorosa:
- Órgãos reguladores, como a ANVISA no Brasil e a FDA nos Estados Unidos, monitoram e garantem a qualidade dos medicamentos genéricos.
Garantindo a Qualidade:
- Testes de Bioequivalência:
- Genéricos passam por testes para garantir que sejam bioequivalentes aos medicamentos de referência.
- Padrões de Fabricação:
- As empresas fabricantes de genéricos seguem os mesmos padrões rigorosos de boas práticas de fabricação.
- Aprovação Regulatória:
- Os genéricos só são aprovados para comercialização após uma avaliação completa de sua qualidade, eficácia e segurança.
Considerações Finais:
Os medicamentos genéricos desempenham um papel fundamental na democratização do acesso à saúde. Com uma regulamentação sólida e testes rigorosos, eles oferecem uma alternativa segura e eficaz aos medicamentos de referência. No entanto, é essencial que os consumidores obtenham esses medicamentos de fontes confiáveis, como farmácias regulamentadas, para garantir a autenticidade e a qualidade.
Em última análise, compreender a verdade por trás dos mitos associados aos medicamentos genéricos é fundamental para promover escolhas informadas na busca por tratamentos médicos acessíveis e eficazes.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Globo
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