Candidatos consideram inesperado e difícil tema da redação do Enem

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Além de professores, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano – Desafios para a Formação Educacional de Surdos no Brasil – surpreendeu também quem fez a prova neste domingo (5).

O estudante Denis Jarbas, de 21 anos, e que pretende estudar processos gerenciais, foi um dos primeiros a deixar na Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, um dos locais de aplicação do exame. Ele saiu pouco depois das 15h30. O estudante considerou, no geral, as provas complicadas e o tema da redação surpreendente. “[Não estava preparado] para este tema não, mas deu para construir um texto legal com [a ajuda] dos textos-base”, disse ele a jornalistas. Para ele, que já tinha feito o Enem no ano passado, as provas deste ano foram mais difíceis. “Este ano foi mais difícil por causa da redação também”.




A estudante Luiza Araújo, 18 anos, que também fez as provas na Uninove, considerou o tema inesperado. “O tema do ano passado [sobre intolerância religiosa] foi mais fácil”, disse a jovem, que pretende cursar Farmácia. “Você não vê pessoas com deficiência auditiva nas escolas normais”, disse ela, acrescentando que na escola onde estuda não convive com surdos.

Em Brasília, a candidata Camila Alves considerou díficil desenvolver a abordagem do tema. “Eu li e reli os textos-bases que eles dão, mas foi bem complicado. Todo mundo estava esperando temas mais de atualidades, e muita gente não estudou esse assunto”, disse a estudante, que quer tentar uma vaga em enfermagem.




O estudante Caio Thomaz também em Brasília considerou o tema inusitado, pois esperava um assunto mais ligado à política. “Eu usei bastante os textos motivadores que tinha, então não achei tão complicado”, disse, embora admita que abordou o tema de foma superficial.

Já a estudante Mariana Spaolonzi, de 18 anos, avaliou o tema da redação como tranquilo. “Não achei [o tema da redação] tão difícil. Esperava que fosse pior. Achei bem tranquilo”, disse ela, que fez o Enem na Uninove, em São Paulo.




Ela contou que um dos textos de apoio abordava a questão das pessoas com deficiência auditiva não conseguirem vaga no mercado de trabalho mesmo que tenham formação educacional adequada. “Era para a gente desenvolver uma solução para isso. Eu pensei [ao escrever sobre o tema] em uma empresa que fosse direcionada só para deficientes auditivos, daí teriam mais vagas. Acho que as empresas acabam usando a lei das cotas e pegam só o número mínimo de pessoas. Então, o resto acaba ficando sem emprego. Precisa ter mais inclusão”, disse.

O candidato Gustavo Santos Duarte, 18 anos, considerou a prova de língua portuguesa a mais difícil do dia. “A redação foi tranquila. Gostei da redação. O tema foi bem legal. Estudo em uma escola onde há alguns alunos surdos e consigo interagir um pouco com eles. Isso me deu vantagem para poder fazer a redação”, contou o aluno que pretende cursar fisioterapia.




Fonte: Agência Brasil, com colaboração de Lucas Pordeus Leon, da Rádio Nacional de Brasília




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