Automedicação pode ser fatal, alerta farmacêutico

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Quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou febre? Ou pediu opinião ou até mesmo ouviu dizer de pessoas próximas que tal medicamento é bom para isso ou para aquilo?

A automedicação muita vezes vista como a solução para um alívio imediato, pode trazer conseqüências mais graves do que se imagina.

A automedicação é considerada um problema de saúde pública tanto no Brasil como no mundo. O uso incorreto de medicamentos pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que utilizado de forma inadequada pode mascarar determinados sintomas que facilitariam um diagnóstico. Nos casos de antimicrobianos o risco é ainda maior, pois o uso abusivo e incorreto pode levar o paciente a adquirir uma resistência microbiana, comprometendo a eficácia do tratamento. Recentemente, providências foram tomadas contra o abuso dos antibióticos. Hoje, sua venda é controlada e somente realizada mediante retenção de uma via da receita médica. Porém, com esta barreira para o uso abusivo, os pacientes passaram a utilizar outra classe de medicamentos, os antiinflamatórios. Embora utilizem drogas diferentes, para fins distintos, eles vêm sendo adotados para todo o tipo de queixa, desde dores de cabeça, na coluna, dor de garganta, entre muitas outras. Acontece que os antiinflamatórios são remédios perigosos e, se administrados indiscriminadamente, podem fazer muito mal, provocando contração dos vasos, retenção de sódio e água, aumentando a pressão arterial, e colocando em risco o coração e os rins. Tem, ainda, ação lesiva sobre o fígado, provocam gastrite e lesão intestinal, tornando o indivíduo passível de desenvolver úlceras no aparelho digestivo. Maior restrição à venda destes medicamentos, a exemplo do que vem acontecendo com os antibióticos, seria uma ação efetiva, porém pontual. A rigorosa supervisão sobre a venda e prescrição médica deveria atingir a diversas outras classes de medicamentos, pois todos eles, inclusive aqueles de venda livre, não podem ser consumidos sem controle. Todos têm indicações e posologia específicas, além do risco de provocarem efeitos colaterais e danos à saúde.

Outra preocupação a ser considerada, é que no caso de uso concomitante com outras medicações, pode ocasionar a anulação do efeito desejado ou a potencialização do mesmo trazendo conseqüências graves como reações alérgicas, intoxicação, dependência e até mesmo a morte.

Apesar dos riscos, o uso de medicamentos durante a gestação também é um evento freqüente. Os motivos do uso incluem o tratamento de manifestações clínicas inerentes à própria gravidez, doenças crônicas ou intercorrentes. O exemplo clássico disso foi à tragédia nas décadas de 50 e 60 com a utilização da Talidomida como sedativo e hipnótico para as gestantes para tratamento de náuseas e vômitos que ocasionou em má formação nos fetos com redução de membros, retardo mental, doença cardíaca congênita, anomalias renais, intestinais e oculares.

Diante de tudo que foi exposto, deveria ser uma obrigação do governo, informar a população os riscos relacionados aos medicamentos e, sobretudo, ter a oferta de um sistema de saúde adequado que leve ao paciente procurar pelo médico, e não pelo medicamento.

Autor: José Nacif Lipus Neto – Farmacêutico CRF 18354

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