Primeiro caso de Febre Chikungunya é confirmado em Minas

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O primeiro caso autóctone (transmissão dentro do estado) de Febre Chikungunya em Minas foi confirmado durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (13) na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, na Cidade Administrativa. A doença infecciosa febril é transmitida pelos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti, sendo esse último responsável também pela transmissão de dengue no Brasil. O termo Chikungunya significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tanzânia e refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada, no país, localizada no leste da África.

O primeiro caso da doença em Minas foi confirmado em uma mulher de 48 anos, residente no município de Matozinhos, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Das 10 amostras suspeitas que foram coletadas e enviadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), cinco estão em análise, quatro foram descartadas e uma foi reagente positivo para a Chikungunya.

A coordenadora Estadual do Programa de Controle Permanente da Dengue da dengue da SES-MG, Geane Andrade, esclarece e alerta sobre os cuidados com a Chikungunya. “A doença é nova no nosso Estado e temos um fator de risco por ser transmitida por mosquitos que já são presentes em Minas, o que favorece a transmissão. Os sintomas são muito parecidos com os da dengue, como dores no corpo, nas articulações, febre acima dos 38,5°. Mas o que a torna mais perigosa são as fases em que ela pode se apresentar: aguda, que é fase mais simples; a subaguda que pode durar por três meses e a fase crônica, que pode se manifestar por meio de fortes dores articulares mesmo depois do tratamento”, explicou.

Segundo a coordenadora de Zoonozes de Matozinhos, Fabiane Piekbrenner, as medidas de controle vetorial já estão sendo realizadas desde a notificação de suspeita do caso no município. “As equipes de atendimento médico e de controle vetorial já estão preparadas, as ações são as mesmas para o controle da dengue. A partir da notificação do caso, as ações de controle vetorial foram realizadas imediatamente em todo o município. Foi realizado, também, uma busca ativa de prontuários médicos e não foram encontrados nenhum caso com a ficha clínica semelhante ao caso confirmado”.

Entenda a Febre Chikungunya

O vírus é transmitido pela picada da fêmea de mosquitos infectados. São eles o Aedes aegypti, de presença essencialmente urbana, em áreas tropicais e, no Brasil, associado à transmissão da dengue; e o Aedes albopictus, presente majoritariamente em áreas rurais, também existente no Brasil e que pode ser encontrado em áreas urbanas em menor densidade. O mosquito adquire o vírus ao picar uma pessoa infectada, durante o período de viremia, ou seja, um dia antes do aparecimento da febre até o quinto dia de doença, quando a pessoa ainda tem o vírus na corrente sanguínea.

Após um período de incubação médio de dez dias, o mosquito torna-se capaz de transmitir o vírus a um humano. Após a picada de um mosquito infectado, os sintomas da doença tipicamente aparecem após um período de incubação intrínseco médio de 3 a 7 dias (intervalo 1ª 12 dias). A maioria dos indivíduos apresentam doença sintomática após um período de incubação de dez dias. Porém, nem todos os indivíduos infectados com o vírus desenvolvem sintomas.

Fases da doença

A Chikungunya pode causar doença aguda, subaguda e crônica. A fase aguda é mais comumente caracterizada por febre de início súbito (tipicamente maior que 39°C) e dor articular intensa. Entre outros sinais e sintomas podem incluir cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea, vômito, poliartrite, erupção cutânea e conjuntivite. A fase aguda da Febre Chikungunya dura de 3 a 10 dias.

Na fase subaguda e crônica, a maioria dos pacientes, após os primeiros dez dias, podem sentir uma melhora na saúde geral e na dor articular. Porém, após este período, uma recaída dos sinais pode ocorrer com alguns pacientes reclamando de vários sintomas reumáticos, incluído fortes dores nas articulações, ossos, nos punhos e tornozelos. Os sintomas são muito comuns entre dois e três meses após o início da doença. Em alguns casos também podem ser registrados distúrbios vasculares periféricos, como a síndrome de Raynaud. Além dos sintomas físicos, podem aparecer sintomas depressivos, cansaço geral e fraqueza.

Ações de combate

Em Minas, para o enfrentamento da Dengue e da Febre Chikungunya, a Secretaria de Estado de Saúde está finalizando o Plano de Contingência que tem como metas a intensificação das atividades de vigilância; a preparação de resposta da rede de saúde; o treinamento de profissionais; a divulgação de medidas às secretarias municipais de saúde e a preparação de laboratórios de referência para diagnósticos da doença.

Também está preparando a formação de uma equipe médica de referência para atuar em todo o Estado, em apoio às unidades regionais e municípios na capacitação de profissionais médicos e enfermeiros, bem como na assistência aos pacientes com suspeita deste agravo.

Outra ação é a capacitação dos profissionais de Saúde. Para tanto, nos dias 20 e 21 de outubro, a SES/MG realizará ampla capacitação com 300 vagas para médicos de todas as regiões do Estado.

A SES/MG também está contratando 22 médicos que serão referência para esses e outros agravos infecciosos de importância em saúde pública. Esses médicos percorrerão os municípios do interior do estado, com o objetivo de levar as informações referentes ao diagnóstico e tratamento da Febre do Chikungunya aos médicos e demais profissionais da assistência.

“Atualmente, a Secretaria conta com uma equipe de 180 Agentes da Força Tarefa Estadual que realizam ações de intensificação de controle vetorial juntamente com os municípios; 122 carros de UBV (Fumacê) que são utilizados para em ações de bloqueio de transmissão da doença para a população; disponibiliza aos municípios apoio na realização do Levantamento de Índice Rápido por Aedes Aegypti (LIRa) 2014, metodologia utilizada para identificação das áreas de riscos”, complementou Geane Andrade.

O tema Chikungunya será incluído nas ações integradas de mobilização social e Força Tarefa nos municípios e na campanha publicitária contra a dengue prevista para ser lançada no próximo mês.

Febre Chikungunya no Brasil

Até o dia 4 de outubro, o Ministério da Saúde registrou 211 casos de Febre Chikungunya no Brasil, sendo 74 confirmados por critério laboratorial e 137 por critério clínico-epidemiológico. Do total, são 38 casos importados de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.
Os outros 173 foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão. Desses casos, chamados de autóctones, 17 foram registrados no município de Oiapoque (AP) e 156 no município de Feira de Santana (BA).

Fonte: SES-MG

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