Coluna da Seliane Ventura – Incesto e Pedofilia – mais perto do que supomos

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A sociedade convive com esses atos desde a antiguidade, independente de raça, religião ou classe social. Ações parecidas, mas com algumas características diferentes.

Tanto o incesto quanto a pedofilia tem como alvo as crianças, sendo que no incesto esse pode perdurar por mais tempo, já que na pedofilia o objeto de desejo é especificamente o corpo infantil. Mas o incesto, normalmente também se inicia na infância.

O incesto está caracterizado por qualquer relação de caráter sexual envolvendo laço familiar, seja um adulto e uma criança ou adolescente, um adolescente e uma criança ou ainda entre adolescentes, segundo a Associação Brasileira para a Infância e Adolescência – ABRAPAIA

A figura familiar, que deveria ter o papel de protetor, surge como o agressor, e isso é confuso para as crianças, pois em princípio, elas não conseguem distinguir o que é afeto, ato de amor de violência. Dessa forma, o adulto se utiliza do carinho, admiração, respeito e confiança das crianças para concluir o abuso, e esse deixa marcar severas, não só físicas, como psicológicas.

Mesmo sendo um crime, é um ato mantido em segredo pelas famílias, e o que comprova isso, é que dados de 2010 apontam que só 10% dos casos são relatados, levando a julgamento.

O que difere a pedofilia do incesto é que esta não precisa haver laços de sangue, nem relação afetiva com as vítimas, além de ser um transtorno. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatísticas dos Distúrbios Mentais, a pedofilia é uma desordem psicológica, envolvendo atividade sexual com crianças. O agressor deve ter 16 anos ou mais e ser pelo menos 05 anos mais velho que a criança. O agressor também apresenta sofrimento psíquico.

Muitas vezes, o abuso só é descoberto depois de longa data, porque nem sempre haverá marcas físicas visíveis, e por medo de punição ou perda do que elas acham ser afeto, as crianças não revelam a agressão.

Pesquisas apontam dois perfis de pedófilos. Um que só se satisfaz com a violência física, quanto mais dor causar, mais prazer sente e o outro, que necessariamente, não precisa realizar o abuso sexual (penetração), muitas vezes, se satisfaz só em tocar as crianças, ou vê-las por fotografias (pornografia infantil – inclusive via internet). Em sua maioria, são pessoas imaturas, solitárias e com dificuldade nas habilidades sociais.

Não é fácil identificá-los na sociedade, são pessoas comuns, que por vezes, mantêm família e emprego fixo, porém preferem trabalhos em escolas, creches, hospitais, parques, locais de acesso às crianças.

Aos pais e/ou responsáveis, resta atenção nas companhias de seus filhos, pessoas estranhas que buscam aproximação de repente e nas mudanças de comportamento dos pequenos. As crianças podem apresentar sentimentos de culpa para tudo, depressão, baixa autoestima, dificuldade de se relacionar com outras pessoas, evitação de contato físico, agressividade, descontrole das emoções, ansiedade. É um grito de socorro em um imenso silêncio. E, às vezes, achamos que coisas do tipo estão distantes de nossa realidade, mas infelizmente não.

Descoberto o abuso, é de suma importância, comunicar as autoridades para as devidas providências legais, mas a cima de tudo, é importante dar todo o suporte médico e psicológico que as vítimas precisam, São marcar severas e o acompanhamento é longo. Não podemos esquecer-nos das famílias, que também sofrem com o ocorrido.

A psicologia busca amenizar o sofrimento, abrir espaço para que as crianças se expressem, seja verbalmente ou não, mas criar um espaço de confiança para que estas possam se refazer da melhor forma possível.

Hora de protegermos nossos pequenos. Abrir nossos olhos e enxergar o que o corpo ou a fala ainda não foram capazes de mostrar.

Se há alguma suspeita de violência liguem para o Disque 100 (disque denúncia)

Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora

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