Mães: menos de dez horas com os filhos por semana

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Até chegar à idade adulta, normalmente os pais são os principais responsáveis pela criação dos filhos, sendo necessário tomar uma série de decisões que impactam diretamente na formação das crianças e adolescentes. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal Meu Bolso Feliz mapeou como os valores estabelecidos pelas mães e o período de convivência incentivam e delimitam o consumo dos filhos. Os dados não são animadores: 42,1% das mães passam menos de 10 horas por semana com seus filhos, desconsiderando as horas de sono.

Ainda que quantidade não signifique qualidade, a principal atividade compartilhada entre mães e filhos é assistir TV, para 83,8% das entrevistadas, seguida de passear em parques e praças (50,8%) e brincar (50,4%). “Não há como afirmar que essa quantidade seja insuficiente, mas o fato é que muitas mães se sentem angustiadas por não conviverem mais com suas crianças”, afirma o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

Segundo o levantamento, 35,8% das mães acreditam que passam pouco tempo com os filhos, e a culpa por não estarem tão presentes na vida deles é um sentimento vivenciado por quase um terço das mães (32,7%). Ainda que 67,4% das entrevistadas tenham seus filhos como prioridade, 27,6% priorizam a vida profissional. Outros 12,1% admitem não ter paciência para educar seus filhos.

Para o educador financeiro, é recomendável que as mães reflitam mais sobre o tempo dedicado à tarefa de educar, transmitindo valores e ensinamentos inclusive ligados aos hábitos de consumo, pois esse é um esforço que pode repercutir consideravelmente mais tarde, tornando os filhos mais confiantes e melhor preparados para enfrentar os desafios da vida.

Apenas 10,7% das mães conversam sobre planejamento financeiro

Outra questão levantada na pesquisa do SPC Brasil é sobre os ensinamentos das mães sobre educação financeira aos seus filhos. Conversar sobre a vida financeira da família com as crianças e adolescentes é uma prática recorrente para 60,6% das entrevistadas.

Porém, embora seja expressivo o percentual de mães que falam com seus filhos sobre o dia a dia das finanças da casa, observa-se que realizar o planejamento financeiro e falar sobre planos para o futuro ainda é um tema pouco abordado com eles (10,7%). Segundo Vignoli, debater sobre as questões práticas e cotidianas relacionadas ao dinheiro é muito importante: “Não se deve esquecer que as crianças estão em constante formação, e que os hábitos aprendidos agora serão fundamentais para definir o comportamento de consumo futuro”, diz o educador.

O conteúdo do que se é conversado varia em função da idade e maturidade dos filhos. Entre seis e onze anos a conversa sobre planos, sonhos e os motivos para economizar é mais comum do que nas demais faixas etárias. Já entre os adolescentes, as questões sobre a situação financeira da casa, os gastos e prioridades é mais recorrente do que nas demais idades. De acordo com José Vignoli, os ensinamentos relacionados à educação financeira devem ser sobre a importância de valorizar o que cada pessoa possui e o quanto custa ganhar dinheiro.

“Outras ações muito importantes para ensinar desde cedo, e que não foram muito mencionados na pesquisa, é o hábito de anotar tudo o que for gasto e também pedir descontos”, acrescenta. “Se desde cedo os filhos aprenderem a poupar e estabelecer metas, é mais provável que se tornem adultos aptos a concretizarem seus planos e sonhos de consumo, mantendo uma vida financeira saudável.”

Segurança e saúde são as prioridades das famílias para os filhos

De forma geral, a segurança e a saúde são as maiores preocupações das mães entrevistadas em todo o Brasil, seguidas pela convivência com pessoas do mesmo nível social – esta inclusive à frente de questões como formação moral e ética, educação e alimentação saudável.

Entre os itens mais citados como importantes para propiciar aos filhos estão as atividades relacionadas a esportes, como natação, futebol, judô, ballet (63,2%); os cursos de línguas estrangeiras (51,9%) e os planos de saúde (47,1%).

Recompensa x Castigo para o cumprimento de responsabilidades

O estudo também avaliou se os filhos desempenham algum papel no contexto familiar e na escola. A maior parte das entrevistadas (54,1%) acredita que a principal função dos filhos deve ser a de tirar boas notas no colégio, mas também são citados os trabalhos de colocar as roupas sujas em local adequado (53,7%), de arrumar a própria cama (53,0%) e de recolher os brinquedos depois de brincar (52,4%).

“Todas essas tarefas podem indicar que as mães pensam ser necessário, no processo de formação dos filhos, atribuir a eles pequenos papeis na organização da casa, de modo que possam aprender, desde cedo, a ter responsabilidades”, explica o educador financeiro.

Três em cada quatro respondentes (75,0%) garantem que não há premiação ou recompensa para os filhos quando as responsabilidades são cumpridas. Por outro lado, 42,9% aplicam algum tipo de castigo e 35,1% não adotam punição quando não são cumpridas pelas crianças.

De acordo com Vignoli, não é aconselhável condicionar o cumprimento das tarefas a qualquer tipo de recompensa, sobretudo financeira, pois as crianças podem entender que suas responsabilidades em casa são uma oportunidade de ganho, quando a tarefa deveria ser encarada como responsabilidade.

“Assim como a mãe e o pai, os filhos precisam entender que também têm um papel a desempenhar para o bom andamento da vida familiar. O ideal é considerar que o cumprimento das tarefas é um dever e não exige ganho extra de qualquer natureza”, diz Vignoli. “Ao mesmo tempo, deixar de cumprir as punições estabelecidas pode ser perigoso, pois os filhos podem ter a impressão de que não há consequências por seus erros, repetindo esse padrão de comportamento ao longo da vida.”

Metodologia

A pesquisa entrevistou 843 mães das 27 capitais que possuem filhos com idade entre dois e 18 anos. A opção por entrevistar apenas as mães se justifica porque as crianças e adolescentes, dependendo da idade, não possuem fonte de renda. Outro motivo foi para manter um padrão, neutralizando as diferenças que um pai e uma mãe podem ter na relação com seus filhos. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.

Fonte: SPC Brasil / CNDL

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