Personalidades de Muriaé – Octávio Tibúrcio Ferreira

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Octávio Tibúrcio Ferreira nasceu no dia 26 de março de l906, filho de um casal de fazendeiros, Manuelino Ribeiro Ferreira e Agripina Tibúrcio Ferreira, na então São Paulo do Muriahé, hoje apenas Muriaé. Ainda jovem deixou sua cidade natal para estudar medicina na Faculdade Nacional, no Rio de Janeiro. Filho mais velho, tinha 5 irmãos e desde cedo se revelou para a família como uma pessoa boa, devotada e exemplar.

Formou-se em Medicina em 1931, após defender uma importante tese que teve como título: “Considerações sobre o sopro uterino”, que chamou a atenção da banca examinadora pelas observações e conceitos levantados, muito avançados para a época.

Começou sua vida profissional no interior do estado do Rio de Janeiro, onde conheceu sua esposa Yolanda com quem teve 3 filhas: Dirce, Nylza e Daisy. Recém casados, Octávio e Yolanda foram viver em Miracema, onde o jovem médico não cobrava consulta, limitando-se a aceitar de seus pacientes, como pagamento, ovos, verduras, queijos ou galinhas. Tal fato preocupava Dona Yolanda, que buscando resolver aquele problema o animou a prestar concurso para médico do Exército, onde ele então, com a garantia de um salário fixo, poderia fazer sua medicina filantrópica paralelamente ao trabalho remunerado. Foi assim que ingressou no Curso de Formação de Médicos da Escola de Saúde do Exército, onde graduou-se em 1935 sendo nomeado 1° Tenente Médico.

Na carreira militar foi morar em várias cidade do Brasil como Itajubá (MG), Piquete (SP), Rio de Janeiro (RJ), Niteroi (RJ) e em Forte Coimbra (MT). Nos lugares por onde passou sempre deixou sua marca: a dedicação, a competência profissional e seu alto espírito humanitário. Em Piquete, na fábrica de armamentos, onde eram usados muitos produtos químicos prejudiciais à saúde, conseguiu implantar medidas de segurança pessoal, inexistentes na época, que melhoraram em muito a qualidade de vida dos operários e a produtividade da fábrica. Apaixonado por futebol, foi técnico do time da cidade de Piquete, o Estrela do Norte Futebol Clube, quando tirou o clube das divisões inferiores e o fez disputar o Campeonato Paulista.

Em 1946 recebeu o “Diploma da Medalha de Guerra”. Em 1951 passou de Capitão a Major. Recebeu a Medalha Militar em 1952, honraria que se repetiu em 1955, já como Tenente Coronel. No Rio de Janeiro foi sub-diretor e diretor da Policlínica do Exército e sua fama como profissional o fazia ser o médico preferido de muitos, especialmente dos generais e ministros da época. Em julho de 1961, foi promovido a General de Brigada, sendo em seguida reformado como General do Exército, após cumprir 36 anos, 10 meses e 27 dias de serviços.

Depois de aposentado resolveu retomar suas atividades filantrópicas e retornou a Muriaé onde montou um consultório na Rua Oswaldo Cruz. A renda do consultório era revertida integralmente para compra de medicamentos que era dado aos pacientes carentes que atendia gratuitamente em diversos pontos da cidade. A chegada da Rural azul e branca era sinônimo de alegria: um dia no Morro da Rádio, outro junto à Prefeitura, outra manhã na Igreja da Barra ou na L.B.V., etc. Nunca cobrou um centavo por seu trabalho. Além de dar a consulta, entregava um saquinho com os remédios ao paciente. Isto lhe valeu a admiração e o respeito do povo de Muriaé, e a reprovação de alguns poucos farmacêuticos eu achavam que esta atividade os prejudicava.

Trouxe para Muriaé uma Seção do Clube Caça e Pesca, que tinha sua sede em Belo Horizonte. Ele estava preocupado com a caça e a pesca predatória que se praticava na cidade. Com o apoio do delegado de polícia e de outros companheiros, especialmente de seu cunhado Tonico, fundaram uma sede que funcionava sob o comando de um sargento vindo de Belo Horizonte, fiscalizando o cumprimento das leis de caça e pesca no município.

Mudou-se para São Lourenço, onde repetiu suas atividades filantrópicas chegando por isso a receber o Título de Cidadão Honorário.

Voltou a morar no Rio de Janeiro, dividindo seu tempo com o Sítio próximo a um lugarejo bucólico chamado Arrozal de Piraí. Em Arrozal, mais uma vez ele repete o que fizera em Muriaé e São Lourenço : assistência médica e remédios para a população pobre.

Tinha muitas habilidades: mecânica de automóveis, construiu uma casa de praia em Muriqui, sendo o autor do projeto e instalador de toda a parte elétrica e hidráulica, também manejavam um torno ou uma ferramenta mais pesada com facilidade. Em seu sítio instalou sozinho uma usina hidrelétrica, onde a água captada de uma represa, abastecia duas casas com televisão e água quente.

Era também voraz na hora de escrever para autoridades cobrando atitudes e serviços. Tinha por hábito escrever cartas a ministros e até para presidentes da república. As cartas eram estrategicamente entregues, se preciso fosse, em mãos, na casa do próprio destinatário.

Faleceu no dia 14 de fevereiro de 1974, aos 69 anos de idade, depois de passar por duas cirurgias no fígado. Sofria de cirrose apesar de não fazer uso de bebidas alcoólicas.

Octávio Tibúrcio Ferreira foi homenageado na cidade de Arrozal de Piraí, sendo seu nome dado a uma rua. Também em Muriaé recebeu esta homenagem em 1981, pela lei nº 873 que denominou Rua Doutor Tibúrcio Ferreira uma via próxima à Praça João Pinheiro.

Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal

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